O embaixador da Guiné-Bissau na República Popular da China declarou que este país asiático tem muito mais a oferecer à Guiné-Bissau.
Em entrevista ao Nô Pintcha, a partir de Pequim, António Serifo Embaló apelou às autoridades nacionais responsáveis pela política de desenvolvimento para que aproveitem as “boas relações” entre as duas nações e submetam projetos mais ambiciosos, não apenas a curto prazo, mas também a médio e longo prazo.
Destacou que a embaixada funciona normalmente e cumpre sua missão, tanto em relação aos concidadãos quanto no âmbito diplomático entre os dois Estados. “Como podem imaginar, a China é um país muito grande em termos territoriais cobrindo mesmo todo o sudoeste asiático, mas continuamos a funcionar sem grandes constrangimentos, graças ao apoio que recebemos do nosso governo”.
O diplomata observou que, nos últimos anos, a República Popular da China registou um aumento do número de estudantes guineenses em diferentes áreas académicas, considerando isso como um reflexo das “boas relações” que se fortaleceram após a visita oficial do Presidente Umaro Sissoco Embaló, em julho de 2024, ao homólogo Xi Jinping.
Boa conduta dos estudantes
“A visita de Umaro Sissoco Embaló à China reforçou as relações e os interesses mútuos nas áreas da educação e da economia. Portanto, o governo deve capitalizar essas boas relações entre os dois Chefes de Estado”, enfatizou.
No contexto da cooperação sino-africana, o embaixador afirmou que a Guiné-Bissau “ocupa um bom lugar” e é considerada uma parceira estratégica da República Popular da China, que gradualmente aumentou o número de bolsas para formações superiores.
Em relação ao comportamento dos conterrâneos, disse observar, de modo geral, uma boa conduta dos estudantes guineenses na China, exceto nalguns casos, “pois, em toda a sociedade, sempre existem aqueles que se destacam com aspetos negativos”.
O aprendizado da língua mandarim durante o primeiro ano de estudos representa um dos principais desafios enfrentados pelos estudantes, mas acabam por superar esse obstáculo linguístico, com esforço.
O embaixador expressou satisfação pela solidariedade existente entre os estudantes por meio da associação criada, o que levou a embaixada a responder favoravelmente sempre que solicitada a prestar apoio.
Disponibilidade chinesa

“A China é um país desenvolvido em praticamente todos os aspetos e está apta a responder a qualquer solicitação de apoio ao desenvolvimento. Nesse sentido, o Governo da Guiné-Bissau deve concentrar-se em setores específicos e apresentar uma proposta de apoio ao executivo chinês, que demonstrou uma abertura total”, declarou Serifo Embaló.
Durante a visita do Presidente da República à China, o embaixador salientou que os dois líderes tiveram uma reunião muito produtiva, levando Xi Jinping a expressar sua confiança e esperança em Umaro Sissoco Embaló quanto ao progresso da Guiné-Bissau, no âmbito de uma cooperação mútua.
Questionado sobre a necessidade de fortalecer a cooperação com a China, o embaixador explicou que o plano de colaboração mútua entre os dois países é permanente e evolui conforme as necessidades de ambas as partes.
País mais seguro do mundo
Ao comentar sobre o nível de tranquilidade que desfrutam os cidadãos chineses e estrangeiros vivendo na China, António Serifo Embaló afirmou categoricamente que este país asiático “é o mais seguro do mundo”.
“A China é um país pacífico, controlado, organizado, disciplinado e, sobretudo, habitado por um povo trabalhador. Esse último aspeto (trabalho) tem sido crucial para o seu acelerado progresso em todas as áreas”, sublinhou o diplomata, que reside em Pequim há mais de cinco anos.
Para António Serifo Embaló, falar sobre a China nunca será suficiente. “O melhor narrador da realidade vivida aqui é, de facto, aquele que pisa o solo chinês e constata por si mesmo”.
Com base nessa tranquilidade, o embaixador convidou empresários guineenses a visitarem a China, pois podem obter enormes benefícios de negócios, já que é um país onde existe quase tudo e onde praticamente tudo pode ser produzido.
Embaló mencionou também que encontrou uma dívida considerável de renda na embaixada, mas conseguiu liquidá-la e informou que todos os pagamentos relacionados à ocupação das instalações estão adiantados até ao final.
Aliu Baldé
