As obras da estrada Bor/Prábis, Região de Biombo, estão quase na fase final, faltando apenas escassos quilómetros para a sua conclusão. Já foi alcatroada de Prábis a Cumura, e os trabalhos decorrem em direção a Bor.
Neste preciso momento, os trabalhos de enchimento de aterro e de nivelamento da estrada estão suspensos, devido à chuva, mas está em curso os trabalhos de construção de valetas de drenagens e aquedutos.
Agora, mesmo sem que tenham sido concluídas as obras, a verdade é que Prábis fica mais perto de Bissau, porque o tempo de viagem é de trinta minutos, facilitando assim circulação da população daquela zona.
Aliás, já se começa a sentir o impacto desse troço, quer a nível económico como social, o que representa um avanço significativo na mobilidade das pessoas e bens, proporcionando assim o desenvolvimento no setor e na região.
Portanto, o transporte que constituía dor de cabeça para a comunidade, deixou de ser, graças à construção dessa estrada, que certamente vai impulsionar o crescimento económico e melhorar o acesso aos serviços essenciais, tais como a saúde, educação, mercado, assim como os serviços administrativos.
A edificação desse troço, de cerca de 20 quilómetros, que há uns anos era um sonho, é já uma realidade, graças à influência do Presidente da República, que elegeu a infraestruturação como prioridade, com o objetivo de melhorar as estradas do país, com vista a promover o crescimento sustentável e inclusivo.
A Região de Biombo, que vivia no isolamento total, que nem parece estar perto da capital, agora regista-se uma evolução do ponto de vista económico e social.
População satisfeita

O administrador do Setor de Prábis, Mamadu Turé, disse que os populares daquela zona sentem-se satisfeitos com as obras de construções da estrada, que agora torna Prábis mais perto de Bissau.
Neste sentido, Turé disse que tem somente de agradecer o Presidente da República e o governo, por esse projeto, que visa facilitar a mobilidade da população e, consequentemente, tirar a vila de Prábis do isolamento.
“Estou muito satisfeito, aliás, toda população do setor ficou alegre, porque foram vários anos de incerteza, mas agora a construção da estrada é uma realidade. Somos sortudos, razão pela qual devemo-nos estar prontos para acompanhar essa mudança. Hoje Prábis tornou-se uma outra vila”, sublinhou.
Porém, pediu ao Chefe de Estado, Umaro Sissoco Embaló, para continuar com esse projeto para outros setores, porque o desenvolvimento começa com melhoria de infraestruturas rodoviárias.

O administrador lembrou que no passado muito recente, sair de Bissau para Prábis levava duas horas de viagem, mas agora a duração é de vinte ou trinta minutos, situação que veio aliviar o sacrifício de mulheres horticultoras, vendedeiras, comerciantes, pescadores e a população em geral.
Segundo ele, alunos que várias horas ficavam à espera de transporte, agora conseguem em qualquer momento que queiram deslocar, porque além dos transportes mitos que faziam carreira, também os táxis circulam naquela zona.
“No passado era difícil apanhar ou fazer deslocar um táxi de Bissau a Prábis, mas atualmente a situação é outra, porque a qualquer hora do dia pode-se conseguir transporte. Evacuar um doente para capital era muito difícil, mas, felizmente, esta situação já deixou de ser preocupação”, referiu.
A praia de Surru, que foi praticamente abandonada, devido às condições de estrada, pode ser reativada. “Só nesses poucos dias assistimos movimentação de pessoas, vindas de Bissau, com a intenção de vir morar em Prábis, além de outras em procura de terrenos para a construção de habitações.
Mamadu Turé disse, por outro lado, que Prábis é um setor perto da capital, mas em termos do desenvolvimento figura quase nos mais atrasados, mas com esse projeto de estrada, as coisas já estão a mudar, e daqui há alguns anos a vila vai-se tornar mais atrativa.
Qualquer processo de desenvolvimento é acompanhado de vários fenómenos, entre os quais aumento de consumo de drogas, de bebidas alcoólicas, assalto à mão armada, entre outros. Perante tais ameaças, o administrador informou que estão a trabalhar em colaboração com as forças de seguranças nas técnicas de prevenção.
De acordo com Mamadu Turé, a única dificuldade que o comando setorial da Policia da Ordem Pública tem a ver com a falta de viatura para patrulhamento, mas estão a pensar numa outra estratégia de combate aos malfeitores.
Quanto à situação de posse de terra, Turé disse que, depois da sua nomeação ao cargo, procurou saber de raízes de conflito. A partir daí, adotou uma estratégia, onde envolveu as Obras Públicas, poder tradicional e forças da ordem, e graças a essa metodologia, até ao momento não se registou nenhum caso de conflito de posse de terra, tendo prometido continuar com essa dinâmica, porque tem certeza que, nos próximos tempos a procura de terrenos vai aumentar.
Facilidades de movimentação
Cria Dju, retalhista do mercado local, disse que ficou satisfeita com as obras de construção da estrada, pelo que tem só que agradecer ao Chefe de Estado pela sua iniciativa de criar facilidades à população, através de melhoria das infraestruturas rodoviárias.
Sublinhou que a população já começou a sentir facilidades em termos de mobilidade, tendo lembrado que no passado sair de Prábis para Bissau custava muito sacrifício, porque levava uma ou duas horas de viagem, mas agora são minutos.
Segundo suas palavras, agora conseguem fazer compras em Bissau e voltar ao mesmo tempo, sem ter que estar na luta ou na espera de horas e horas para conseguir transporte. “As facilidades são enormes, principalmente para nós mulheres vendedeiras”.
Cria Dju lembrou ainda que há uns tempos, a partir de 20 horas, não há mínimas hipóteses de conseguir transporte de Prábis para Bissau e vice-versa.
“Uma vez saí de casa para Bissau, e no meio da viagem sofri aborto espontâneo, provocado por más condições da estrada”, salientou.
Mediante esta situação, suplicou a Deus para que abençoe o Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, para poder continuar a levar avante os seus projetos de desenvolvimento do país.

Quem também não escondeu o seu contentamento foi Maimuna Candé, vendedeira, que na sua opinião, as obras de construção da estrada vem aliviar o sofrimento da população, sobretudo alunos, comerciantes e mulheres de atividade económica.
Disse que no transporte de produtos consentiam sacrifício enorme, porque ficavam horas à espera de carro e, às vezes, ficavam dia inteiro sem conseguir vender, uma situação que reflete nos rendimentos. Portanto, para evitar esta situação, são obrigadas a levantar as 4 horas da manhã.
Maimuna Candé disse que esse projeto de construção da estrada vem diminuir, para não dizer acabar com o “conflito” entre as mulheres bideiras e taxistas, que, segundo ela, aumentavam o preço, sem se importar da distância.
“Dantes arriscávamos alugar táxi só para podermos chegar cedo a Bissau, mas, atualmente, apanhamos os transportes mitos a preço de 350 ou 400 francos CFA, ao passo que no táxi pagávamos três ou cinco mil francos”, explicou.
Por sua vez, Membro Có reconheceu que de facto a estrada se encontrava em péssimas condições de transitabilidade, situação que criava grandes transtornos para a população, mas agora essas dificuldades já foram supridas.
Além de facilidade que essa infraestrutura vai trazer para o setor, em termos de circulação de pessoas e bens, por outro lado, vai atrair investimentos.
“Estou esperançoso que daqui a algum tempo, vamos ter muito trabalho, porque vai começar as obras de construções de casas e de outras infraestruturas. Eu, enquanto profissional, fico mais de cinco ou seis meses sem contrato de trabalho, mas com a melhoria desse troço, tenho a certeza que a situação vai ser totalmente diferente”, concluiu.
Alfredo Saminanco
