Jovens defendem criação da lei que criminalize consumo de álcool aos menores

A delinquência é um fenómeno que está a ganhar proporções assustadoras nos últimos anos no Setor de Mansoa, onde alguns jovens desviam-se de normas e padrões socias que permitam uma convivência sã.

Atualmente, são frequentes as práticas criminais, como roubo, assalto à mão armada, consumo de drogas, alcoolismo e até mesmo homicídio.

De acordo com opiniões de alguns populares, a delinquência juvenil começa muitas vezes com furto de pequenas somas em dinheiro em casa e, a partir daí, o miúdo começa a ganhar coragem, estendendo a prática fora do circuito familiar.

Portanto, é assim que nasce pequenos ladrões, que depois transformam-se em grandes assaltantes. Aliás, como reza o ditado português: “É do pequenino que se torce o pepino”.

Há correntes que alegam que além desses fatores sociais, também existem outros que estimulam essas práticas, nomeadamente a pobreza e o desemprego, que levam, muitas das vezes, os jovens a ceder facilmente às circunstâncias.

Sobre o aumento desse fenómeno naquela vila nortenha, o presidente do Fórum de Associações de Bases, Malam Queba Camará, começou por explicar os motivos que levaram a criação desse espaço de concertação. Segundo ele, uma pessoa sozinha, mesmo tendo grandes iniciativas, torna-se difícil de lavá-las avante, e foi nessa ordem de ideia que entenderam pertinente juntar-se e trabalhar em sinergia.

Reconheceu que, com a criação desse espaço, todos os problemas da cidade passaram a ser tratados dentro desse fórum.

“Dantes cada associação de base fazia limpeza sozinha, mas com o surgimento do fórum, todos esses trabalhos passaram a ser feitos na base de concertação e coordenação dos membros das diferentes organizações de base. Hoje temos uma cidade minimamente limpa, graças a esse entendimento”, esclareceu.

De acordo com a explicação do presidente, além desses trabalhos da limpeza, também participam nas atividades de campo, por exemplo, na capinação de pomares de cajueiros e, também, no combate ao crime.

Neste particular, o fórum adotou uma estratégia conjunta com associação de anciões, onde passam a fazer patrulha a noite, ajudando assim o comando da polícia local, que sozinha não pode fazer tudo, devido à falta de meios e de recursos humanos para fazer face às crescentes ondas de criminalidades.

Autoemprego

Por outro lado, o presidente do Fórum das Associações de Bases, Malam Queba Camará, disse que maioria de jovens vivem da agricultura, pesca, caça e pequenos negócios. “Portanto, são essas atividades que sustentam os jovens. Hoje surgiu um outro mercado, que é de moto-taxi, que acaba por arrastar grande parte dessa camada”.

Na opinião desse responsável, o culpado de toda essa situação por que passam os jovens em Mansoa, são os sucessivos governos que nunca pensaram numa política de emprego e de formação virada ao interior do país. Perante esta realidade, os jovens são obrigados a recorrer a quaisquer meios para sobreviver.

“Aqui em Mansoa não dispomos de uma única escola de formação técnico-profissional. Sabemos que, hoje em dia, para ter emprego precisa de formação. Na minha opinião, a única forma de combater a delinquência juvenil e a falta de emprego, é a desconcentração da Administração Pública, permitindo assim a criação de escolas de formação em todo o país”, salientou.

No que toca ao consumo de bebidas alcoólicas e drogas, Malam Camará disse que as próprias autoridades têm dificuldades enormes em controlar esses fenómenos, porque uma é legal e outra criminal. Mas, atualmente em Mansoa o álcool tem sido principal fator do aumento de delinquência.

No entender desse responsável, o Estado deve criar uma lei que proíba venda e consumo de bebidas nalguns sítios e estabelecer a idade máxima para acesso às bebidas alcoólicas.

Alfredo Saminanco

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