Incidentes de Cantão não podem comprometer relações de cooperação entre China e África, diz ex-embaixador da Guiné-Bissau

O ex-diplomata e presidente da Associação de Amizade Guiné-Bissau/ China, Nicolau dos Santos, pediu que haja “restrição ao tratamento de incidentes no sul da China, na cidade de Cantão, onde a comunidade africana afirma ser vítima de discriminação e atos xenófobos “.

“Os eventos em Cantão (Guangzhou) não podem pôr em causa as relações históricas entre China e África”, alerta Nicolau Dos Santos.

 “Esses incidentes surpreenderam todos os africanos porque a China mantém excelentes relações com o continente africano, onde investiu muito e sempre apoiou o povo africano”, continuou ele.

No entanto, o ex-embaixador da Guiné-Bissau na República Popular da China (1999-2007) lamenta a forma como “alguns meios de comunicação não fornecem informações reais sobre a situação e outras pessoas divulgam notícias falsas nas redes sociais”.

“Apelo aos meus compatriotas para evitar amálgamas e permanecer cautelosos diante dessa situação”, alerta Nicolau dos Santos

“Acredito na capacidade de ambas as partes, de superar esse mal-entendido juntos”, sublinhou o Nicolau.

“As autoridades de Guangdong atribuem grande importância às preocupações levantadas pelos seus homólogos africanos e já prometeram resolver este assunto”, acrescentou.

Segundo Nicolau dos Santos “A amizade sino-africana é muito sincera e sólida, por isso esse incidente será rapidamente superado”, concluiu.

O ex-embaixador da Guiné-Bissau na China também pede a seus compatriotas que residem na China “que evitem interferir nos assuntos internos do país anfitrião e, especialmente, que respeitem as medidas sanitárias estabelecidas no local”.

“Estamos satisfeitos por nenhum membro da nossa comunidade não estar envolvido neste incidente”, disse o ex-embaixador.

Nicolau pediu à comunidade estudantil da Guiné-Bissau estabelecida na China “que continue promovendo boas relações de cooperação entre a China e a Guiné-Bissau”.

O presidente da Associação de Amizade Guiné-Bissau/ China, garante que a organização que ele dirige continue a trabalhar para a salvaguarda e fortalecimento da amizade e cooperação entre os dois países.

“É muito importante que a população entenda a realidade da situação e principalmente o interesse da nossa cooperação bilateral, por isso continuaremos informando e conscientizando a sociedade”, assegurou dos Santos, que chegou de ocupou vários cargos de responsabilidade na Guiné-Bissau, nomeadamente ministro da Agricultura, embaixador e deputado da nação.

“Acredito que os africanos devem enfrentar a realidade porque a China não vai discriminar os africanos em seu solo e enviar doações de suprimentos médicos para ajudar os países africanos a combater efetivamente a Covid-19”, sublinhou, tendo precisado que atualmente, a Guiné-Bissau conta com cerca de 200 estudantes na China.

Por: Bacar Camará

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