Bafatá atinge bom resultado na campanha “Pólio nunca mais”

“Nesta segunda ronda, a Região de Bafatá atingiu um bom resultado. Das 50.934 crianças inicialmente previstas foram vacinadas quase na totalidade, correspondente a 99 por cento”. Esta informação foi revelada ao Nô Pintcha pelo diretor regional de Saúde, Armindo Comando Sanhá.  Conforme as palavras daquele responsável, a campanha ocorreu de porta a porta em todos os setores da Região de Bafatá, composta por 14 áreas sanitárias, cobertas com cerca de 128 equipas de vacinação.

Em relação a primeira ronda, ocorrida em abril último, o diretor regional de Saúde disse que desta vez houve mais participação da população e, obviamente, o resultado melhorou significativamente. Só no primeiro dia foram vacinadas 19.441 crianças. Todos os líderes tradicionais, nomeadamente régulos, chefes de tabancas, chefes religiosos e de bairros foram mobilizados e, consequentemente, registou-se alguma mudança de comportamento no seio da população.

Na cerimónia de abertura oficial da segunda ronda da campanha “Pólio nunca mais” em Bafatá, a administradora do setor, Ana Paula da Silva, solicitou aos líderes religiosos para passarem, nas mesquitas de todos os setores da Região de Bafatá., a mensagem sobre a vacinação de porta a porta.

“Queremos que as famílias participem massivamente na campanha de vacinação para melhorarmos o resultado obtido em relação à primeira ronda”, sublinhou a administradora que na mesma perspetiva pediu ao parlamento infantil para apoiar na divulgação, em todos os bairros da cidade de Bafatá, da mensagem sobre a campanha contra a poliomielite. “Mesmo que não recebermos algum subsídio podemos, voluntariamente, passar a mensagem”.

Ainda nesse ato, o régulo central da Região de Bafatá, Seco Sidibé, reforçou o pedido aos líderes tradicionais, no sentido de usarem a sua influência junto das suas comunidades para persuadir as famílias a vacinarem as suas crianças. “Os técnicos de Saúde sabem a quem vacinar, isto em termos de idade. Daí que os chefes de bairros e de famílias devem colaborar para que haja uma participação massiva da população”.

O régulo lembrou dos cidadãos estrangeiros residentes na sua área de jurisdição e pediu aos presentes que a mensagem seja extensiva a eles com o objetivo de todas as crianças em idade de zero a cinco anos fossem vacinadas. “Os técnicos de Saúde estão a ajudar-nos. É muito importante acatarmos a sua orientação. Acho que os chefes religiosos passarão esta informação nas mesquitas, sobretudo nas horas de culto”, disse Seco Sidibé.

Crescimento com deficiência física

Entretanto, a representante do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) no evento destacou que houve muitas crianças não vacinadas no mês de abril findo e ela aconselhou que a poliomielite é uma doença que leva a criança à paralisia nas pernas e nos braços, o que provoca o seu crescimento com deficiência física.

“E para termos um país desenvolvido, precisamos de ter crianças saudáveis que amanhã possam participar na sua construção. Não sabemos se alguma criança natural de Bafatá poderá ser amanhã ministro ou Primeiro-Ministro, ou Presidente da Guiné-Bissau ou ainda dirigente do mundo”, sintetizou aquela responsável.

A representante do UNICEF na cerimónia pediu aos líderes tradicionais, no sentido de usarem a influência que têm nas suas comunidades para apoiar a iniciativa e apelar às mães no sentido de vacinarem as suas crianças. “Que Bafatá fique no primeiro lugar em relação ao resto do país e em conjunto vamos expulsar à poliomielite fora da Guiné-Bissau”.

De salientar que a campanha ora finda envolveu crianças de zero a 59 meses, que são categorizadas de seguinte maneira: de zero a 11 meses são crianças neonatais e de 12 a 59 meses são maiores.

Para o sucesso dessa ronda, a Direção Regional de Saúde de Bafatá contou com a colaboração das organizações da sociedade civil, nomeadamente a Tostan, Cáritas e a Plan Internacional.

A vacinação contra a poliomielite é integrada a suplementação com vitamina-A e a desparasitação com mebendazol. A Vitamina-A é administrada às crianças de seis meses aos cinco anos e mebendazol é administrado às crianças de um aos cinco anos de idade e tem como objetivo eliminar os vermes intestinais para garantir um bom estado nutricional, crescimento físico e favorecer a sua melhor aprendizagem. Adeus à poliomielite!

Bacar Baldé

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