Administrador do setor de Catió promete ampliar o mercado local

O administrador do Setor de Catió, Mário Mbali Nala, disse que quando assumiu suas funções, encontrou o centro de cidade inundado de lixo que ali estava amontoado há vários anos e, de imediato, mobilizou recursos para a sua remoção.

Igualmente, entrou em contacto com a Associação de Filhos e Amigos do Setor, assim como a comunidade local, que, prontamente, responderam ao apelo para ajudar nos trabalhos.

Segundo o administrador, as dificuldades na altura tinha a ver com os recipientes de lixo, o que viria a ser resolvida dias depois, graças ao apoio de pessoas de boa vontade. “O problema nesse momento é a falta de colaboração da população que, mesmo com recipientes colocados nas ruas, continua a vazar o lixo nos lugares impróprios”.

Perante esta situação, acrescentou, criaramos um programa na rádio comunitária local, passando mensagens de sensibilização da população, uma iniciativa que tem contribuído progressivamente na mudança de comportamento.

Prometeu que os trabalhos da limpeza vão prosseguir, “porque o objetivo é tornar Catió a cidade mais limpa do interior do país”. Para o efeito, estão a desenvolver uma estratégia, associando os trabalhos de limpeza à campanha de sensibilização, para a mudança de comportamento.

Mercado Superlotado

Em relação ao mercado, o administrador informou que há uma equipa que ocupa da sua limpeza diariamente. Segundo a sua explicação, havia monte de lixo junto ao mercado, situação que constituía dor de cabeça, mas o problema já foi resolvida com o apoio da comunidade, incluindo os problemas de saneamento.

Mário Mbali Nala disse que o maior problema com que depara na feira setorial está ligado ao aumento de número de comerciantes que ultrapassa de longe a capacidade do mercado, embora está-se fazer diligências, no sentido de ampliar o espaço.

Segundo ele, se tudo correr como previsto, ainda no decurso deste ano, vamos concretizar esse sonho, aliás, já dispomos de um terreno para o efeito, faltando só a mobilização de fundos para levar avante o projeto.

“Era para iniciarmos os trabalhos em janeiro, mas devido à situação política do país não foi possível. Se não houver nada de anormal até o final de janeiro, vamos iniciar os trabalhos na segunda semana de fevereiro”, afirmou, esclarecendo que o “mercado reúne mínimas condições para funcionar, e que a única dificuldade é a falta de água”.

Esta situação, segundo administrador, abrange apenas o mercado, mas toda a cidade de Catió, que há mais de dois meses depara com carência de água, devido avaria de eletrobomba.

Saúde

Em relação a situação de saúde, Mário Nala disse que tem-se registado uma evolução em termos de prevenção de algumas doenças consideras endémicas, porque há certas patologias que no passado constituíam preocupação, agora estão sob controlo, graças aos esforços dos técnicos colocados naquela zona.

Para chegar a esses resultados, foi montada brigada de equipa médica em diferentes tabancas, com o objetivo de dar primeiro socorro, bem como fazer despistagem de diferentes casos.

“Dantes o hospital disponha somente de aparelho de ecografia, mas recentemente recebemos um outro aparelho de Raio X que vai ajudar, e de que maneira, nas pequenas cirurgias”, revelou.

Apesar dessa melhoria, o maior problema está ligado à insuficiência de recursos humanos, para responder os desafios sanitários.

“Atualmente o hospital regional dispõe apenas de quatro médicos para cobrir cinco setores. Perante esta insuficiente de pessoal, um médico ou enfermeiro é obrigado a trabalhar 48 ou 72 horas, esforço”, sublinha o administrador.

Preocupado com a situação, aquele responsável apela ao Ministério da Saúde Pública, no sentido de colocar médicos e enfermeiros naquele hospital, para diminuir a carga horária desses profissionais.

Situação administrativa

Na opinião de Mário Mbali Nala, a política adotada pelo Ministério da Administração Territorial, na distribuição de receitas provenientes de setores, está a contribuir negativamente no desenvolvimento local.

Na sua explicação, esta situação leva as respetivas administrações a não conseguirem cumprir com seus planos de atividade, muito menos projetar o desenvolvimento dos setores. “Aliás, o mais lamentável de toda essa situação é a dificuldade no pagamento de salário de funcionários administrativos, porque a percentagem disponibilizada não chega para cobrir as despesas”.

“No meu caso, quando a receita cobrada não chega para pagar salario, sou obrigado a repartir o meu para satisfazer os funcionários, porque é a única saída. Além dessa situação, também recebemos doentes com receitas médicas, que não têm condições de comprar medicamentos, e aí somos obrigados a prestar apoio, pois, são situações que vivemos quase diariamente em diferentes setores”, salientou.

Participação dos jovens

Por sua vez, o presidente da Associação dos Filhos e Amigos do Setor de Catió, Benício Bidiande, disse que a criação desta estrutura juvenil visa auxiliar a administração na sua tarefa de desenvolvimento da comunidade, porque entenderam que só autoridades não podem fazer tudo em prol do desenvolvimento local.

Segundo ele, associação surgiu não só para ajudar a administração local, mas também para apoiar a população em geral, razão pela qual já desenvolvemos várias atividades de sensibilização sobre casamento forçado, prevenção de doenças contagiosas, como cólera e Covid 19, assim como a mudança de comportamento.

Também, desenvolvem ações de formação e de capacitação de jovens em diferentes áreas sociais, nomeadamente empreendedorismo, associativismo e situação de delinquência, isto para aqueles que não têm oportunidade de prosseguir os seus estudos.

Não sua opinião, a falta de oportunidade para jovens não deve ser encarada como justificativo para práticas condenáveis, furto, roubo, consumo abusivo de bebidas alcoólicas, entre outras.

No que diz respeito aos trabalhos de limpeza da cidade, o presidente da associação disse que sempre participaram em massa, porque entendem que essa tarefa não é responsabilidade apenas do administrador com a sua equipa, mas sim de toda a população.

Porém, aquele responsável salientou que nesses últimos tempos abrandaram um pouco a participação dos trabalhos de limpeza, por falta de colaboração da administração e dos próprios populares.

Por outro lado, entenderam que os seus esforços não estão a ser valorizados. “Imagine, fazemos a limpeza, por exemplo, de manhã, e no dia seguinte a cidade apresenta como se nada tivesse sido feito em termos de saneamento, no entanto, não podemos trabalhar e as pessoas a estarem a minar esse esforço”.

“A propósito, conversamos com o governador e administrador para usarem suas influências junto da polícia de ordem pública, no sentido de retirar as pessoas que vendem em cima do passeio, mas até então não houve resposta satisfatória. Não podemos estar a despender as nossas energias na limpeza da cidade em vão. Por isso, demos pausa, aguardando a resposta das autoridades”, criticou.

Disse que tentaram, sem sucesso, travar a tal prática, porque as pessoas recusaram pura e simplesmente a obedecer. “Ainda há aqueles que questionam sobre a nossa legitimidade como tal.

Alfredo Saminanco

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