Ministro da Agricultura defende mudança de mentalidades na gestão das florestas

O ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural presidiu nesta quarta-feira, 3 de agosto, na povoação de N`Cor, arredores de Bissorã, a cerimónia oficial de lançamento da Campanha Nacional de Repovoamento Florestal, ato que tradicionalmente se faz em Julho, conhecido por mês de árvore.

Sandji Fati justificou essa mudança, dizendo que o Governo não assinalou o mês de árvore atempadamente, por considerar que é possível fazê-lo ao londo dos 365 dias do ano. Porém, sublinhou que não basta só plantar árvore no mês de Julho, aliás, isso deve ser aposta de cada guineense, seja ele técnico, jovem, mulher ou camponês.

Satisfeito com a conservação da floresta feita em N`Cor e Embunhe, o ministro quer que esse exemplo seja extensivo a outras regiões. Na sequência disso, agradeceu à Direção-Geral das Florestas e o seu staf, o comandante da BPNA, soldados e sargentos desse destacamento que estão afetos ao Ministério da Agricultura, na convicção de que “a nossa missão é fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para plantar árvores.

O ministro reconheceu que o mundo é complexo, lembrando aquele período em que os ambientalistas alertavam sobre as mudanças climáticas, muitos não acreditavam nessa abordagem, mas menos de três décadas “já estamos a assistir escassez de chuva, seca de rios, entre outros fenómenos decorrentes dessas alterações”.

Para atenuar a situação, Sandji Fati convida os cidadãos para uma mudança de mentalidades, privilegiando boas práticas na gestão e expoloração das florestas.

Entretanto, a ministra da Mulher associou-se ao ato para solidarizar-se com as mulheres, uma franja da sociedade muito ativa nas atividades agrícolas e, além de mais, são as que mais sofrem com os efeitos de seca e, consequentemente, da falta de água.

Maria de Conceição Évora apelou, por isso, a maior dedicação na conservação e na gestão racional das florestas, que passa pela plantação e combate à corte abusiva das árvores, cujos efeitos, segundo ela, já se fazem sentir com a sistemática destruição de casas precárias pelas chuvas acompanhadas de ventos fortes.

Por seu lado, o diretor-geral das Florestas e Fauna, Bernardo Braima Mané (vulgo Braima Cubano), manifestou a sua preocupação em relação à situação das florestas, sobretudo no que tem a ver com cortes e a agricultura itinerante (Pam-Pam), uma prática que devasta uma grande quantidade de árvores.

Pórem, realçou o empenho da sua direção, apesar de fracos meios, no controlo e conservação das florestas. Assim, falou da necessidade de conjugação de esforços, com o envolvimento de todos, no sentido de acionar maior vigilância sobre quaisquer tentativas que possam pôr em risco as florestas.

Lembrou, entretanto, que este ano, a sua direção produziu 19.555 plantas de variadas espécies. Apelou maior empenho por parte dos guardas florestais, considerando que árvores são sinonimos de vida e plantar é imprescindível, aliás, como refere o lema deste ano.

De salientar que o ministro da agricultura, acompanhado da ministra da Mulher, Família e Solidariedade social, do secretário-geral do Ministério do Ambiente, do representante do FAO e técnicos do seu pelouro, visitou os viveiros de plantas no centro de produção de Empunhe, que culminou com a plantação simbólica de árvores.

Adulai Djaló

About The Author

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *