Iniciam cursos pós-graduação focados na realidade local

A Universidade Binhoblo vai implementar o curso pós-graduação no país, no próximo ano. A garantia foi dada pela professora Carolin Overhoff Ferreira em entrevista conjunta a Rádio África FM e jornal “Nô Pintcha”.

Carolin Ferreira acrescentou que para a implementação desse curso, vão ser administrados três programas: humanidades africanas, mediação e resolução de conflitos e direito e processo legislativos. Portanto, são essas cadeiras que vão conduzir os estudantes para o mestrado.

Segundo a professora, a escolha desses programas visam dar a oportunidade aos estudantes e aos docentes guineenses de começar a estudar e investigar a própria realidade cultural, social e política do país em particular e da África em geral.

“O nosso desejo é discutir dentro de salas de aulas com estudantes às questões importantes sobre a Guiné-Bissau. É chegado o momento de os africanos começarem a estudar a história do continente e em particular do país”, salientou.

Garantiu que se tudo correr como previsto, as aulas vão começar em outubro e terminam em junho do próximo ano e o curso terá duração de dois anos.

De acordo com a Carolin Overhoff, a ideia é de acabar ou diminuir a “colonização” científica, aliás, a dominação dos ensinamentos ocidentais nos currículos escolares. Pretendem, em primeiro lugar, com a implementação desse curso no país, formar uma equipa de docentes guineenses e, de seguida, diminuir a deslocação de estudantes para o estrangeiro.

Aquela docente afirmou que, além de jovens estudantes, também vão contar com os funcionários públicos e privados, com o objetivo de formar os investigadores e professores para a própria realidade. Ao título de exemplo, disse que o estudo sobre o solo para agronomia na Europa não é o mesmo para a África.

“No meu país Brasil tudo que estudamos é sobre a Europa. Por exemplo, estudamos a filosofia, sociologia, antropologia, entre outros, todos esses ramos de saber são baseados na realidade ocidental, portanto, no mundo atual já não é possível importar cultura de um povo para outro”, defendeu.  

Alfredo Saminanco

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