O Estado-Maior General das Forças Armadas (EMGFA) promove, durante 90 dias, o primeiro curso de sargento, destinado a 120 soldados dos três ramos militares.
A abertura dessa ação de formação foi brindada com presenças do vice-chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas, da secretária-geral do Ministério da Defesa Nacional, do inspetor-geral das Forças Armadas, de chefes dos três ramos, do comandante da Guarda Nacional, oficiais superiores, subalternos, sargentos e de chefes de adidos militares das embaixadas acreditadas no país.
Ao presidir a cerimónia de abertura dos trabalhos, o assessor técnico, em representação do ministro da Defesa, manifestou sua satisfação pela determinação e empenho do EMGFA para a realização desse curso.
Carlos Costa sublinhou que, durante três meses de formação, esses efetivos serão dotados de conhecimentos técnicos, com aptidão física, psicológica, assim como valores éticos e morais suscetíveis de os transformar em verdadeiros militares.
Por outro lado, esclareceu que a formação servirá não só para melhoria da performance organizativa e funcional das Forças Armadas, mas, também, contribuirá no reforço da confiança do relacionamento civil/militar.
Por sua vez, o chefe do gabinete do chefe do Estado Maior General das FA explanou que ao longo dos próximos 90 dias, a Escola Militar de Cumeré será epicentro da capacitação de 120 militares dos três ramos das Forças Armadas.
Samuel Fernandes assegurou que esta formação não é apenas uma jornada de aprendizagem, mas sim uma clara demonstração do compromisso das Forças Armadas em fortalecer as capacidades da classe dos sargentos.
Fernandes reconheceu que o início do curso é motivo de orgulho para as Forças Armadas, pois, constitui um passo significativo em direção ao fortalecimento e profissionalização das mesmas.
“Teremos a oportunidades não apenas de adquirir conhecimentos técnicos e estratégicos, mas, também, de cultivar os valores fundamentais que orientam a função do sargento na esfera militar”, explicou.
Aquele responsável informou, por outro lado, que a escolha da referida escola militar como local para a realização desse curso, não poderia ser mais apropriada, uma vez que constitui um símbolo de tradição militar da Guiné-Bissau.
“Tenho a certeza de que esta ação de formação proporcionará um ambiente ideal para o desenvolvimento de capacidades e competências dos nossos sargentos”, sustentou.
Afiançou que o Ministério da Defesa, através do EMGFA, não somente fez avultados investimentos para melhorar a condição física daquele estabelecimento, como também colocou dois oficiais superiores com largas experiências administrativa e pedagógica.
Enquanto isso, o diretor do Ensino da Escola Militar de Cumeré disse que a data de 25 março entrará na história das Forças Armadas (FA) como marco de relevante mudança de paradigma e do triunfo de saber sobre a ignorância, isto é, do fortalecimento dos três pilares que alicerçam as forças armadas, nomeadamente a disciplina, o saber e o trabalho sério.
“Estamos reunidos nesta cerimónia por motivo nobre, que tem a ver com a abertura do primeiro curso de capacitação dos sargentos desde a transformação deste estabelecimento de ensino militar para Escola Militar”, frisou Daba Na Walna.
Na Walna afirmou que sem o cumprimento da Disciplina Militar (DM) o sucesso da sociedade castrense só podia ser fruto do acaso.
Segundo ele, esse primeiro curso tem como finalidade munir os formandos de conhecimentos necessários para o desempenho cabal das funções de sargento. “Aliás, esta capacitação visa dignificar profissionalmente os sargentos que passarão a exercer cargos que lhes forem confiados”.
Assegurou que no futuro próximo, aquele estabelecimento passará a ministrar curso de promoção de sargentos e capitães.
Demonstrou que é bom apostar no ensino militar e, consequentemente, na formação de quadros, porque, no seu entender, é indispensável para continuidade das FA como instrumento de defesa do território.
O diretor do Ensino da Escola Militar de Cumeré justificou que um militar sem formação não estará em condições de enfrentar os desafios que as guerras dos tempos modernos impõem.
“No mundo onde interesses geopolíticos comandam decisões políticas, a formação militar é fundamental, porque em várias ocasiões, a satisfação de tais interesses transcendem o campo diplomático e se desembocam em conflitos armados”, disse.
Daba Na Walna explicou que a fraqueza, neste caso, não se traduz apena na debilidade económica, mas também na impreparação dos que manejam as armas.
Aquele oficial superior aproveitou a ocasião para apelar ao Estado Maior General das Forças Armadas, no sentido de apostar mais na formação dos quadros militares, e que “os parcos meios financeiros” disponíveis sejam alocados à formação, porque os gastos feitos neste setor não são despesas, mas, sim, investimento que produz rendimento concreto nas Forças Armadas”.
Julciano Baldé