Telemedicina já é uma realidade na Guiné-Bissau

O Primeiro-ministro Rui Duarte Barros inaugurou hoje, dia 26 de março, e assistiu à primeira consulta o sistema telemedicina para a saúde materna, neonatal e infantil no Hospital Militar.

O ato realizou-se em parceria com a União Europeia (UE), através do Programa integrado para a redução da mortalidade materno-infantil, Instituto Marquês do Vale Flor (IMVF).

O objetivo é de apoiar a Saúde Reprodutiva materna, neonatal e infantil, rumo a um sistema universal de cobertura de saúde na Guiné-Bissau” (PIME III).

A ocasião serviu para Rui Barros testemunhar “o ato tão importante para a Guiné-Bissau”, que é a utilização duma plataforma telemedicina para apoiar o serviço de saúde.

Barros afirmou que os profissionais da área tem um grande desafio, porque é o primeiro centro e a primeira plataforma que o país tem e deve ser usada com muita responsabilidade para poder servir não só o Hospital Militar mas sim a nível nacional.

Por seu turno, o ministro da Saúde Pública, Domingos Malú, frisou que no quadro do compromisso do Governo daquilo que é a redução da mortalidade infantil, é tão importante ter uma plataforma por dificuldade própria do sistema da saúde.

O embaixador da UE disse que esta plataforma facilitará o apoio à distância dos profissionais de saúde da Universidade de Porto, aos pacientes e os profissionais do Hospital Militar da Guiné-Bissau.

Segundo Artis Bertulis, esta entrega simboliza mais uma vez, a importância da promoção do direito à saúde enquanto valor universal mutuamente no compromisso reconhecido.

Afiançou ainda que Bruxelas está também apoiar o Governo guineense nos seus esforços para reforçar o seu sistema de saúde e alcançar a cobertura universal de saúde, através de soluções digitais.

Com efeito, adiantou, a digitalização pode desempenhar um papel fundamental na aceleração dos processos de transformações em áreas chaves como os cuidados sanitários.

Informou que em menos de 10 anos o apoio do PIME permitiu a redução significativa de quase 30 por cento na mortalidade materna, e de 25 por cento em mortalidade materna infantil no país.

Para este responsável, iniciou-se uma nova etapa de apoio a saúde materno infantil, introduzindo inovações sustentáveis no âmbito de uma estrutura de excelência tal como o Hospital Militar de Bissau, para desenvolver a qualidade dos cuidados mas também otimizar os recursos.

Atris Bertulis explicou que a Telemedicina é um componente essencial dos sistemas de saúde modernos, com muitos benefícios para os profissionais de saúde como para os pacientes.

“Neste hospital há uma ligação em tempo real entre o Porto e Bissau, irá permitir consultas médicas a distância, adicionalmente proporcionará a formação remota para os técnicos da saúde, assim como o espaço de discussão e partilha de causas clínicas complexas”.

Para os profissionais de saúde, a Telemedicina representa também uma oportunidade de alargar o seu alcance, resultando a troca de informações com outras especialistas e aperfeiçoando a relação medico-paciente.

O diretor-geral do Hospital Militar Principal advertiu que a concretização de instalação da plataforma de telemedicina foi possível graças a um projeto que está dentro do plano estratégico do mesmo hospital.

“Estamos ciente de que vivemos num país no qual os paramédicos são insuficientes para responder a cobertura nacional. Também carecemos de especialistas, o que leva os nossos pacientes a atravessar fronteira, muitas das vezes, mesmo que, o caso não seja tão complicado”, referiu o Ramalho Cunda.

Revelou que a importância do serviço da telemedicina é de permitir que os técnicos do Hospital Militar, bem como dos outros centros hospitalares do país, tenham uma orientação dos especialistas exteriores sobre os casos das patologias que não conseguem solucionar ou detetar no país.

Questionado sobre o custo para beneficiar destes serviços, respondeu que, durante os dois primeiros anos vão beneficiar do apoio da União Europeia e que devido a isso, o preço será razoável para os pacientes.

“Enquanto beneficiários do apoio da União Europeia, teremos que cobrar metade do preço para cada patologia. Por exemplo, para fazer o Checap é cobrado 70.000 francos CFA, mas se vamos fazer o mesmo teremos que cobrar 35.000 fcfa, com finalidade de ter a sustentabilidade no futuro”. Informou.

Adelina Pereira de Barros

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