O setor de Pitche, Região de Gabu, leste da Guiné-Bissau, é uma zona habitada maioritariamente pela etnia fula, possuindo mais de 45 mil habitantes, segundo senso de 2009.
Os populares dessa zona vivem essencialmente da agricultura, pois o comércio está-se tornando escasso a cada dia, devido ao fraco lucro.
No entanto, a degradação das vias de acesso estão a constituir um handicap na movimentação dos comerciantes.
Conforme administradora de setor, a grande dificuldade reside nas vias de acesso, sem deixar para trás a energia, bem como a comunicação.
Fatumata Baldé lembrou da situação de saúde, uma pedra fundamental para a vida humana, informando que na sua zona de jurisdição tem centros de saúde em quatro secções, concretamente em Dara, Pitche, Buruntuma e Canquelefa, mas sem grandes condições de atendimento associada às dificuldade de acesso para os mesmos, em que muita das vezes, as mulheres grávidas são transportadas de motorizadas.
“Em todas as zonas há dificuldades, tendo em conta que o país viveu momentos difíceis da sua história. Entretanto, apelo às autoridades máximas, no sentido de ajudarem na reconstrução das vias de acesso”, implorou a administradora.
Em termos de comunicação, conforme disse, há tabancas que ainda penduram telemóveis nas árvores, para se poderem comunicar. Nesse sentido, é fundamental que as redes de telecomunicação, principalmente a MTN, faça o possível de colocar uma antena para sanear as tais dificuldades, sendo a comunicação pedra fundamental para o desenvolvimento.
No que se refere à educação, Baldé disse que existem escolas, mas que não corresponde com a procura populacional, pois alguns alunos ficam sem estudar, devido à condição financeira dos pais e encarregados de educação em fazer permanecer os filhos noutras zonas.
A administradora lembrou que durante a época chuvosa, um vento forte derrubou duas salas de aulas no liceu, que, neste momento, não estão a funcionar, deixando de fora um número considerável de alunos. A propósito, apelou ao Ministério da Educação no sentido de reabilitar essas salas, que estão dar muita falta.
Falando dos problemas mais frequentes, a responsável disse que na sua zona administrativa é verificado com bastante frequência a violência baseada no género, até ao ponto de uma mulher perder a vida.
Por outro lado, Fatumata Baldé disse que o roubo de gado é um problema sério no setor, provocando sempre conflito entre os donos de gado e os gatunos, entretanto, um são resolvidos pelas autoridades e outros amigavelmente, isto para evitar o problema assume outros contornos.
No que toca à disputa sobre a posse de terra, a administradora confirmou que a mesma acontece regularmente, exemplificando a tradição muçulmana, que quando o marido falecer, os bens são herdadas pela esposa e os filhos e se a esposa do malogrado recusar a sucessão pela família do falecido, então, segundo a tradição, a esposa acaba por perder tudo, facto que leva a família em complicações maiores e, às vezes, desemboca num conflito.
Neste sentido, as mulheres agora trabalham duramente para terem os seus bens, uma vez que é tradição a herança.
Elci Pereira Dias