XXX aniversário da ONG Alternag: Presidente afirma que é urgente a obtenção de autonomia financeira

O presidente da Mesa de Assembleia-Geral da Associação Guineense de Estudos e Alternativos (Alternag), Adelino Handem, prometeu, dia 2 de junho, trabalhar, no sentido de conseguir uma autonomia financeira, com o objetivo de tornar independente de apoio exterior.  A promessa foi feita no âmbito das comemorações do 30ᵒ aniversário dessa ONG.

No encontro com a imprensa, Adelino Handem, garantiu que a sua  direção vai adaptar Alternag à situação atual, porque a própria realidade da Guiné-Bissau exige isso.

Handem demonstrou que dada ao estatuto da ONG, certamente, a sua futura estação da rádio estará limitada, mas irá assumir postura crítica nos programas relativos à situação vigente.

Afirmou que já está na hora da referida organização contribuir na mudança de relacionamento entre a comunidade internacional e dirigentes guineenses, porque a cooperação entre dois países tem de ser na base de interesses mútuos.

Lamentou o facto de o povo da Guiné-Bissau ser afável aos parceiros estrangeiros cujos interesses, muitas vezes, vão contra o dos guineenses.

O Responsável realçou que o nosso país tem muita riqueza a dar em troca privilegiando os interesse dos cidadãos, daí a pertinência dos dirigentes manterem atentos às movimentações frequentes e estranhas dos parceiros, susceptíveis de provocar choques internos.

Segundo ele, não vejo motivo da desunião dos guineenses a ponto de colocar o interesse comum em causa, e quem tira proveito desses desentendimentos são os terceiros. Por isso, as convivências entre os guineenses devem ser encaradas com seriedade.

Contudo, o presidente de Mesa da Assembleia de Alternag reconheceu que ainda existe pobreza no seio da população, isto tendo em conta a ausência da boa governação, que sempre norteou o dia a dia do país.

Questionou o facto de ao longo de todo esse tempo, a Guiné-Bissau ficar desprovido de líderes comprometidos com desenvolvimento, mas sempre que quisessem ordenam os policiais a violentar as populações por causa de uso das máscaras ou nas manifestações de rua. Porém, Adelino Handem instou os cidadãos a empenharem para a mudança de curso dos factos.

Em relação ao balanço de 30 anos de trabalhos, lembrou que graças a um trabalho técnico, a Alternag conseguiu convencer o Governo nos meados de 1991, a desistir de transformar Ilhas dos Bijagós em zona franca, instalação da fábrica de papel e do projeto de exportação de carvão devido às consequência sociais e ambientais.

Lembrou que a sua organização teve sorte de surgir primeiro entre muitas outras que viriam a ser criadas, graças à abertura política em 1991, concentrando a partir de então na promoção da opinião pública, de modo a proporcionar uma reação dos cidadãos em relação a certas situações.

 “Na verdade, nesses casos, cada Estado defende o interesse do seu povo, e Guiné-Bissau deve defender o seu com unhas e dentes”, aconselhou.

Pediu uma certa cautela no concernente à observância da greve, embora constitui direito sindical, mas as escolas e hospitais devem receber um tratamento especial por causa da importância que tem na sociedade. 

De salientar que no âmbito da celebração dos 30ᵒ aniversário, a Alternag tem em projeto a revisão dos estatutos, edificação de obras suscetíveis de empreender algum ganho, como é caso de estação da rádio, salas de conferências, entre outros. Julciano Baldé

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