O Sindicato de Jornalistas e Técnicos da Comunicação Social (Sinjotecs), em colaboração com Associação das Mulheres e Profissionais da Comunicação Social (Amprocs) e a Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH), apoiada pela Ação Ianda Guiné, realizou no dia 3 Abril, Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, uma sessão de reflexão para a classe jornalística sob o lema “A Liberdade de Imprensa é a base de todos os direitos”.
De acordo com os organizadores, o objetivo do encontrou de reflexão visou elevar o nível do jornalismo guineense.
O ato foi presidido pela presidente do Sinjotecs que, na ocasião, pediu a união entre os profissionais da imprensa. Indira Correia Baldé afirmou que sem a liberdade de imprensa não há nada, revelando mesmo que os jornalistas são vozes da população e têm que estar à altura de responder perante suas obrigações.
Por seu turno, o bastonário da Ordem dos Jornalistas da Guiné-Bissau, António Nhaga, afirmou que a Guiné-Bissau é o país difícil para o exercício da profissão por falta de fontes de financiamento.
“Digo isso porque há uma precariedade enorme em relação ao exercício da nossa profissão, e hoje devia ser uma jornada de reflexão sobre a situação dos jornalistas e dos mídias do país uma forma de alertar a opinião pública sobre as nossas dificuldades quotidianas.
A presidente da Amprocs, Paula Melo, afirmou que os dados do inquérito, feito no ano passado, a 100 jornalistas, entre os quais 70 mulheres e 30 homens sobre a condição da classe, mais de metade considerou que há influência política no exercício da profissão no país. No que diz respeito à situação económica dos jornalistas, os dados revelam ainda que 66% dos jornalistas não auferem salário e apenas 34% admitem ter um salário fixo. No Universo de 34 jornalistas inquiridos e que declaram ter um salário fixo 27% pertencem a órgãos privados e 7% são de órgãos públicos.
O vice-presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos e orador do tema, Bubacar Turé, lançou um vibrante apelo ao Governo no sentido de apoiar os órgãos de CS, no cumprimento das suas missões de informar e formar a opinião pública sobre os assuntos de interesse nacional. Os órgãos de comunicação social pela sua natureza devem escrutinar a atuação do poder político. “Os órgãos devem dar voz ao cidadão comum para o exercício da cidadania. Os órgãos devem contribuir para o aprofundamento da democracia de Estado do direito”, exortou.
Segundo Turé, sem o cumprimento dessas missões não podemos falar da democracia, do Estado direito, do desenvolvimento, do progresso e dos direitos humanos, portanto exercício dos direitos humanos está intimamente ligado com exercício da imprensa livre.
Adelina Pereira de Barros