O coordenador do programa do Serviço Nacional de Proteção Civil (SNPC) revelou, em entrevista ao Nô Pintcha, que o Setor Autónomo de Bissau e as regiões de Gabu e Cacheu, onde se registaram dois mortos, são zonas mais afetadas com a manifestação do fenómeno de mau tempo nesta época chuvosa.
Por isso, coronel Alsau Sambu pede a colaboração da comunidade guineense para acatar as orientações de ligar ao serviço de emergência 1313, em caso de aflição, tendo referido que as suas atividades baseiam-se em planos operacionais de contingências sazonais em resposta às duas estações (seca e chuvosa).
Segundo o coordenador, na época pluvial as atividades são mais intensas, porque as consequências são variáveis, se tomar em conta os problemas de pragas nos cultivos, ventos fortes, quedas de árvores e bloqueios de trânsito, desabamento de casas e inundações, ao contrário do período da seca em que focam mais nas questões de pragas e incêndios na sua generalidade.
Segundo Alsau Sambu, nas atividades de seguimento e monotorização dos fenómenos, o Serviço de Proteção Civil necessariamente entra em sintonia com o serviço de Meteorologia Nacional, para melhor desenvolver as suas ações.
Em relação ao mau vento, o coordenador do programa revelou que há sete anos que o país tem enfrentado consequências graves originados pelos ventos fortes no início e fim da chuva.
Serviço de emergência
O Serviço Nacional de Proteção Civil na sua ação humanitária de socorrer a população propõe a ligação gratuita ao número de emergência 1313 a partir de um dos serviços de rede de telecomunicações que operam no país e, consequentemente, deslocam de acordo com as solicitações que recebem.
Ainda na vertente de medidas de prevenção contra riscos ou auto – prevenção, Coronel Sambu revelou que recorrem as páginas de rede sociais de internet e aos órgãos de comunicação social para chegar à população, sensibilizando-a sobre riscos e consequências, seja na vertente de fenómenos naturais, consequentes às mudanças climáticas, assim como os efeitos resultantes das ações do próprio homem.
Segundo Sambu, os agentes de proteção civil já desencadearam ações humanitárias a nível de saneamento da cidade, apoio social às vítimas de catástrofes.
A propósito, lançou um apelo à comunidade guineense em geral, no sentido de respeitar e acatar as orientações de técnicos da área quanto a espaço e modelos à construir em determinadas zonas. Também pediu respeito às orientações sobre a prevenção contra as manifestações de fenómenos naturais, principalmente na época da chuva.
Falta de urbanização
A violação das regras de ordem pública e falta de urbanização constituem a maior entrave para os agentes de serviços de Proteção Civil.
Segundo o nosso interlocutor, em todas as ações desencadeadas têm cumprido com noventa por cento do objetivo que é de evitar a propagação do incêndio, mas a população desesperadamente ataca e responsabiliza os agentes em pleno serviço, sem no entanto avaliar os constrangimentos do percurso. “As dificuldades começam desde engarrafamento nas vias públicas, violação de regras urbanísticas e desordem na construção de habitações que influenciam, sem contar com as dificuldades de ordem material. “Os nossos agentes já foram agredidos e apedrejados em vários locais” lamentou Alsau Sambu.
No seu entender, há uma necessidade de promover uma abordagem holística sobre o modelo de urbanização e construção existente, assim como a qualidade de casas e zonas a serem construídas.
Segundo o nosso entrevistado, as construções atuais são antigas, inseguras e não correspondem às exigências do contexto climático atual. Por isso, acrescenta, as autoridades nacionais precisarão de recorrer às medidas corretivas e investir “sério” na remodelação e adequação de modelos de urbanização, construção e indicação de zonas a construir, para evitar as consequências desastrosas no futuro.
Em perspetiva, Alsau Sambu revelou a intenção de promover, no período de seca, a campanha contra o incendio a nível do país.
Nelinho N´Tanhá