“Sangui Nobo” promove cursos profissionais gratuitos aos jovens

Cerca de 45 jovens, rapazes e raparigas, frequentam gratuitamente cursos de formação profissionalizante em Canchungo, concretamente no centro de Aldeia SOS, com duração de seis meses. Entre os cursos, destacam-se corte e costura, cabeleireira e culinária.

Os cursos são implementados no âmbito do Projeto Sangui Nobo, uma iniciativa de aldeias SOS Guiné-Bissau, financiados pelas aldeias SOS de Holanda, com uma duração de três anos. O referido projeto tem como objetivo apoiar os jovens em situação de vulnerabilidade para obterem uma profissão que os possa garantir autoemprego.

Em entrevista exclusiva ao Nô Pintcha, o oficial de terreno do projeto, Demba Baldé, reiterou a determinação do projeto em continuar a implementar cursos de formação profissional, como resposta às dificuldades com que os jovens enfrentam no país, proporcionando-lhes oportunidades de autoemprego.

Baldé revelou que de dezembro de 2022 a presente data, o Projeto Sangui Nobo formou 71 jovens, dos quais 41 já conseguiram emprego. Por outro lado, explicou que o projeto tem parceria com a ADPP em que são ministrados vários cursos, nomeadamente canalização, construção civil, eletricidade e energia solar.

Segundo aquela responsável, no quadro da parceria com a ADPP, foram formados no ano passado 25 jovens, sendo 23 rapazes e duas raparigas, tendo o projeto assumido, em Bissorã, a totalidade do custo da formação.

Seguimento pós-formação

De acordo com o oficial do terreno do Projeto Sangui Nobo, os formandos após terminarem os cursos, são apoiados durante a fase de estágio, em que o projeto assume igualmente os custos de transporte.
Tudo isso na perspetiva de facilitar os jovens a conseguir um autoemprego, reduzindo assim a delinquência juvenil e combater a pobreza.

De acordo com Demba Baldé, alguns jovens que beneficiaram da formação no âmbito do projeto, já tomaram conta de si, tanto nos estudos quanto em outras necessidades pessoal e familiar.

Destacou a importância da presença do centro de formação profissional gerido no âmbito do Projeto Sangui Nobo, uma vez que ao nível da Região de Cacheu não existe centro de formação profissionalizante para os jovens.

Segundo aquele responsável, a população da região recebeu com satisfação o projeto, uma iniciativa que veio para ajudar combater a pobreza, através da criação de oportunidades de autoemprego para os jovens. “Porém, inicialmente foi pouco difícil a sua afirmação, mas hoje em dia o centro tem muita procura a nível da juventude”.

Aldeias SOS de Canchungo

Entretanto, o jornal Nô Pintcha apurou igualmente que a aldeia SOS de Canchungo, além de apoio no acolhimento e educação das crianças, implementa um projeto de fortalecimento de famílias que se encontra na terceira fase da sua execução, beneficiando 116 agregados familiar e 401 crianças.

De acordo com as explicações do coordenador do projeto, Carlos Ussumane Bangura, as ações do mesmo baseiam-se na assistência da população nos domínios da educação, formação e nutrição e, indiretamente, na assistência médica e medicamentosa aos seus beneficiários.

Segundo o responsável do projeto, a estratégia consiste no reforço de capacidades técnicas dos beneficiários, na criação de condições para a realização de atividades geradoras de renda, através de pequenos financiamentos, no sentido de criar uma dinâmica e coesão entre os seus beneficiários.

Por seu lado, a coordenadora da Aldeia SOS de Cachungo, Isabel Vieira Zaidam assegurou que a aldeia conta atualmente com 82 crianças internas, sendo 52 meninos e 30 meninas.

Igualmente, conta com 11 casas familiares, que albergam essas crianças e com 12 mães que cuidam delas, auxiliadas por tias.

Uma casa familiar está fora de aldeia com uma mãe e uma tia também, o que totaliza 12 casas familiares, sob cuidado da aldeia SOS local. “Além das mães e tias, as casas familiares contam também com assistentes familiares, que vêm todos os dias ajudar no cuidado das crianças, explicou a coordenadora”.

Isabel Zaidam exortou às pessoas de boa vontade para apoiarem os serviços da SOS, a fim de ajudar as crianças, porque serão homens de amanhã.

A Aldeia SOS de Canchungo conta ainda com 610 alunos, sendo 327 rapazes e 283 raparigas de níveis 1ª a 12ª classe que frequentam aulas nos três pavilhões do centro constituído por sete turmas, funcionando em dois turnos.

De salientar que a Aldeia SOS de Canchungo funciona com quatro programas, nomeadamente acolhimento, educação de crianças, projeto Sangui Nobo e de Fortalecimento Familiar.

Tudo isso na perspetiva de responder às necessidades elementares, que é de assegurar, promover e proteger os direitos da criança na Guiné-Bissau, com particular destaque para as mais desfavorecidas e/ou órfãos.

Djuldé Djaló

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