O Governo, através do Instituto Nacional de Desenvolvimento da Educação (INDE) em parceria com o Fundo das Nações Unidas para Criança (Unicef) e a Organização Guineense de Desenvolvimento (OGD), realizou entre os dias 9 e 12 de setembro uma ação de formação para reforçar as capacidades dos formadores no domínio da água, saneamento e higiene em meio escolar, prevenção e controlo de infeções, destinada a 30 técnicos vindos das regiões, 12 inspetores e professores e oito especialistas do Ministério da Educação Nacional.
Em representação do ministro da Educação, o secretário-geral do Ministério da Educação e Ensino Superior, Cirilo Mamasaliu Djaló, o ateliê que se iniciou deve ser encarado como um espaço de reflexão e de partilha de experiências, recolha de informações e apropriação de novas formas de abordagem desta temática que nos permitem perspetivar um setor educativo sem possibilidade de transmissão de infeções.
Para Djaló, também deverá ser uma oportunidade para que possam, enquanto setor educativo, enviar as mensagens para os docentes, alunos, pais e encarregados de educação e comunidade educativa em geral (escolar e local) sobre a necessidade de prevenção de infeções da covid-19, em especial, para poderem iniciar de melhor forma o novo ano letivo perante o novo coronavírus.
Para além do tratamento, a prevenção é medida essencial no combate à disseminação do novo coronavírus. Neste sentido, a OMS destacou que a melhor forma é manter bons hábitos de higiene, dentre eles lavar frequentemente as mãos com água e sabão. Neste cenário de pandemia, fica ainda mais evidente a necessidade de acesso a água potável, saneamento e boas práticas da higiene nas escolas.
Por sua vez, a representante adjunta da Unicef na Guiné-Bissau, Ainhoa Jaureguibeitia, frisou que o início deste programa formativo oferece-nos a oportunidade de, enquanto continuar a apoiar o Ministério da Educação na implementação de uma das componentes do seu Plano Nacional de Contingência para o setor e garantir a todos os alunos, professores e famílias a retoma do ensino presencial em segurança.
Esta responsável acrescentou que já é longo o trabalho conjunto entre o Ministério e a Unicef para responder às questões essenciais de água e saneamento nas escolas e, com isso, trazer para dentro delas e nas áreas e criar em seu redor um ambiente limpo e saudável, onde seja agradável aprender e onde os alunos possam fazê-lo com saúde e em segurança. Esta ação tem assumido diferentes formas que, no entanto, concorrem para garantir o bem-estar das crianças e da escola.
O programa de formação dos próximos dias toma particular relevo quando apontam para breve a reabertura das aulas presenciais neste contexto da covid-19.
Outrossim, a formação de formadores em água, higiene e saneamento e a sua abordagem são ferramentas que incentivam as escolas a tomarem medidas simples e económicas para garantir a melhoria contínua das condições de higiene, permitindo que todos os alunos lavem as mãos com sabão e tenham acesso a água potável, bem como sanitários limpos e separados por género.
Este sistema permite uma abordagem gradual, que é suportada pela realização de atividades em grupo, começando com sessões diárias e supervisionadas de lavagem das mãos em grupo.
Segundo a representante ajunta, uma vez alcançados os padrões mínimos, as escolas poderão progredir de um a três estrelas, através do reforço das suas atividades, da constante promoção de higiene, bem como o melhoramento das suas infraestruturas tendo em conta a presença das meninas.
Desta forma, a escola poderá mais rapidamente progredir no sentido que nos é apontado pelos padrões nacionais de qualidade para a educação inscritos no documento de referência, com as boas práticas de higiene a constituírem um fator de sucesso para a prevenção da atual pandemia do coronavírus.
A coordenadora da Organização Guineense do Desenvolvimento, Hawa Embaló, quer que os formandos assimilem todos os ensinamentos sobre a ação de formação dos formadores no domínio da água, saneamento e higiene no meio escolar.
Por seu turno, o diretor-geral do Instituto Nacional de Desenvolvimento da Educação, Jorge Sanca, acrescentou que devem apropriar-se do conhecimento de novas tecnologias de abordagem desta temática e colocá-las à disposição das crianças, alunos, professores e de toda a comunidade educativa.
Afirmou, ainda, que vão recolher informações necessárias para, em conjunto, corrigirem o que está errado no setor educativo no que respeita à água, saneamento e higiene, a fim de prevenirem de infeções de outras doenças, em geral e da covid-19, em particular.
Adelina Pereira de Barros