Realizada mesa redonda para assinalar 16 dias de ativismo

No quadro das comemorações dos 16 dias de Ativismo, este ano dedicado ao “Ativismo para acabar com a violência contra mulher e menina”, o Instituto da Mulher e Criança e a Rede Nacional de Luta contra Violência Baseada no Género e Criança na Guiné-Bissau promoveu hoje uma mesa redonda sobre a matéria.

A efeméride é assinalado todos os anos de 25 de novembro (Dia Internacional de não violência contra mulheres) a 10 de dezembro(Dia Internacional dos Direitos Humanos)

Em representação da ministra da Mulher e Solidariedade Social, Ussumane Embaló disse a realização dessa primeira mesa redonda é de grande importância na medida em que irá proporcionar um espaço de diálogo e de produção de recomendações para melhorar as intervenções nesta temática.

Segundo Embaló, apesar de a Guiné-Bissau ser signatário de várias convenções e também estar empenhada na sua domesticação, através de adoção de legislações nacionais que previne e criminaliza a violência baseada no género e outras práticas nefastas e de discriminação, persistem ainda o registo de novos casos relacionados ao assunto.

“Dia após dias somos obrigados a conviver com os casos de VBG nas nossas instituições, em casa e nas nossas comunidades, motivo pelo qual as nossas responsabilidades devem ser acrescidas no combate sem trégua desse flagelo mundial que a Guiné-Bissau não foge à regra”, afirmou.

Por sua vez, a presidente da Rede Nacional de Luta contra Violência Baseada no Género e Criança na Guiné-Bissau (RENLUV-GC/GB) pediu aos presentes que aceitem ser embaixadores do ativismo, como forma de resgatar os obstáculos que ainda comprometem a promoção dos direitos e liberdades fundamentais da camada feminina no país.

Para Aissatu Camará Injai, não é justo continuarmos assistir diariamente diferentes tipos de violências cometidas contra esta camada vulnerável. Disse que apesar da existência de vários instrumentos nacionais e internacionais da defesa dos direitos das mulheres e meninas, ainda se acontecem práticas clandestinas de mutilação genital feminina, casamentos precoce e forçado, violência sexual, entre outras. Aliás, adiantou que este ano, no observatório da sua organização foram registadas 66 denúncias de violências, 61 das quais cometidas contra mulheres e meninas.

O representante do PNUD, Tjark Egenhoff, disse que tem que se fazer tudo a nível da comunidade e da política pública, para não só desincentivar essas práticas, mas também reduzir a impunidade nos casos que são denunciados.

Adelina Pereira de Barros

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