A notícia sobre possível demissão do selecionador nacional de futebol ao comando técnico dos Djurtus está a gerar informações contraditórias. O Nô Pintcha apurou junto de uma fonte da equipa técnica de que Baciro Candé não tenciona demitir-se do cargo e nunca falou dessa possibilidade, porém, o seu contrato termina a 26 de março deste ano.
A pior prestação dos Djurtus de sempre numa fase final do CAN e a possibilidade de o selecionador deixar o comando técnico da seleção estão na ordem do dia das discussões e comentários dos guineenses.
O Nô Pintcha procurou, sem sucesso, informações detalhadas sobre esse assunto junto das fontes oficiais mas obteve novidades que asseguram que não passa pela cabeça de Baciro Candé a intenção de demitir-se do cargo de selecionador nacional.
“Apesar do dissabor da eliminação prematura, mais uma vez, da turma nacional no CAN, Baciro Candé está tranquilo e a pensar nos próximos jogos da seleção. Em nenhuma ocasião abordou com alguém sobre o seu futuro enquanto selecionador, não obstante estamos a ver e ouvir informações referentes a esse assunto”, diz a fonte.
A mesma fonte referiu que há mais probabilidade de Candé manter-se à frente da seleção, tendo em conta a sua ambição de fazer outra história, neste caso, de levar a Guiné-Bissau ao campeonato de mundo.
De recordar que o míster Candé é selecionador dos Djurtus desde 2016. Em março de 2020, renovou o seu contrato com a Federação de Futebol da Guiné-Bissau até março de 2024.
Corrupção e desorganização
Um grupo de dirigentes de clubes de futebol, em conferência de imprensa, reagiu à fraca prestação da seleção nacional, tendo exigido o redobrar de esforços de forma a alcançar a inédita vitória numa fase final de CAN e, consequentemente, ir mais longe possível.
Em relação à organização da caravana desportiva nacional na sua deslocação à Costa do Marfim, o porta-voz do grupo, Edmundo Bari, revelou que a previsão inicial era de um total de 120 pessoas, que integrariam a comitiva (entre jogadores, equipa técnica, dirigentes da FFGB), mas acontece que, segundo disse, a instituição encarregue de gerir o futebol nacional emitiu 200 bilhetes de passagem.
De acordo com o anunciado nessa conferência de imprensa, o Governo disponibilizou cerca de 700 milhões de francos CFA para suportar as despesas, por isso, exigem para que seja feito o balanço da gestão financeira dos fundos disponibilizados.
“Aliás, solicitamos à Polícia Judiciária, no sentido de verificar as contas e a lista de pessoas beneficiadas com bilhetes de passagem junto da respetiva agência de viagem”, sublinhou Edmundo Bari.
O porta-voz acusou a FFGB de ter pago uma dívida pessoal de um dirigente dessa instituição num montante de cerca de 16 milhões de francos CFA. Uma outra denúncia tem a ver com o alegado aumento de salário do presidente da FFGB de 2.000.000 para 5.000.000 de francos, sem o aval de clubes nem anuência do Comité Executivo, enquanto estrutura interna máxima para a tomada de grandes decisões.
Seleções apuradas aos ‘quartos’
As oito seleções apuradas aos quartos-de-final são: Angola, Nigéria, Guiné-Conacri, RD Congo, Cabo Verde, Costa do Marfim, Mali e Africa do Sul.
Nos oitavos de final as grandes novidades têm a var com as eliminações do Egito, Senegal e Marrocos, que, para muitos observadores atentos, eram dados como seleções candidatas ao título, entretanto, afastadas pelas congéneres do RD Congo, Costa do Marfim e África do Sul, respetivamente.
Os países representantes da lusofonia, Angola e Cabo Verde são os que qualificaram aos quartos-de-final. Os Palancas Negras sonham chegar, pela primeira vez, às meias-finais dessa maior competição africana de futebol.
O campeão em título, o Senegal, foi eliminado pelo anfitrião na lotaria de grandes penalidades por 5-4, após empate de uma bola nos 90 regulamentares.
“Tivemos um penalti que nos foi recusado pela arbitragem, é pena”, lamentou Sadio Mané. Por seu lado, o defesa direito dos Leões de Terranga, Krépin Diatta, acusou a CAF de corrupção nessa partida.
Entretanto, os duelos de quartos-de-final vão colocar frente-a-frente as seguintes seleções: Angola/Nigéria, Guiné-Conacri/RD Congo, Cabo Verde/ Africa do Sul, Costa do Marfim/Mali
Aliu Baldé