O Projeto de Diversificação Agrícola, Mercados Integrados, Nutrição e Resiliência Climática (REDE) promoveu esta terça-feira, em Bula, um ateliê de enquadramento estratégico destinado aos parceiros que vão implementar as acções no terreno.
O evento, que reuniu representantes dos departamentos governamentais ligados à agricultura, das ONG e das organizações camponesas, tinha como objetivo partilhar informações sobre o papel de cada um dos atores presentes e as suas interligações no processo de implementação do projeto no terreno.
A presidir a cerimónia de abertura dos trabalhos, esteve o coordenador do referido projeto, Albino Tcherno Embaló que, na ocasião, realçou a importância da realização dessa sessão que, segundo suas palavras, permitirá que todos saiam desse encontro já com informações iniciais sobre o papel de cada um nesse processo e ‘’como seremos interligados”,
No seu discurso, na presença do diretor-geral do Gabinete de Planificação Agrária (GAPLA), Marcelino Vaz, Embaló disse que a abordagem do Projeto REDE é de saber-fazer. “O que significa que as atividades no terreno serão executadas pelas organizações camponesas reconhecidas pelo seu compromisso com a agricultura familiar e pelas ONG´s implicadas nas zonas de intervenção do projeto.
Nesta perspetiva, revelou terem já assinado quatro contratos GAR com algumas dessas ONG, nomeadamente GRDR, KAFO, ROPPA e Tiniguena. “Vamos continuar este processo de assinatura de acordos com mais organizações camponesas e ONG´s”.
Igualmente, segundo ele, vamos estabelecer convenções com parceiros estratégicos, como a DGEDR, DGIT, INPA e o Quadro Integrado Reforçado do Ministério do Comércio, para a integração regional das trocas comerciais.
Entretanto, o Projeto REDE foi inspirado no Projeto PADES, do mesmo financiador, FIDA, jáinstalado no sul, implementado concretamente nas regiões de Tombalí, Quínara e Bolama-Bijagós.
Portanto, um dos grandes objetivos do Projeto REDE consiste em ajudar no aumento da produção, apoiando os produtores familiares no campo e colocar os excedentes de produção agrícola no mercado.
Nesta perspetiva, o projeto trabalhará na reabilitação de pistas rurais, num total de 175 mil quilómetros, permitindo assim, aos camponeses, escoar os seus produtos para o mercado.
De igual modo, revelou o coordenador, está prevista a construção de 10 mercados modelos nas quatro regiões de implementação do projeto, a saber, Gabu, Bafatá, Oio e Cacheu, permitindo que os produtos sejam tratados e embalados para depois serem vendidos a nível nacional e na sub-Região.
Em termos de apoio direto aos camponeses, o projeto prevê 14 mil hectares de terras de planalto que vão ser tratados no sentido de aumentar a produção. Igualmente, atacar cerca de 3500 hectares nas bolanhas de bas-fond (zonas baixas de água doce), nomeadamente na planificação de parcelas, criação de condições para a gestão da água e incentivar a produção duas ou três vezes o ano, além de maquinaria e tecnologia melhorada.
Tudo isso, segundo Tcherno Embaló, é no intuito de melhorar os campos agrícolas, para o aumento da produção, concedendo fertilizantes orgânicos e químicos, assim como fornecer técnicas agrícolas que vão ao encontro à proteção do meio ambiente.
Por outro lado, ajudar as mulheres horticultoras a vedarem os seus campos de produção e criar condições para um sistema de irrigação moderna.
De recordar que o Projeto REDE é do Governo da Guiné-Bissau, cofinanciado pelo FIDA, Fundo Abu Dhabi, Fundo Kweit e pelo Fundo de Adaptação, no valor de 65,7 milhões de dólares (38 bilhões de FCFA), para um período de seis anos.
Adulai Djaló