O Presidente da República deu uma semana ao ministro do Interior, para combater o fenómeno crianças talibés e proibir a circulação de meninos nas ruas a pedir esmolas e ordena apreensão de quem não cumprir com a decisão.
Umaro Sissoco Embaló fez estas advertências, no dia 15 de mês, na cerimónia de inauguração da Aldeia Moderna Násser Al-Khal, construída pela Organização Guineense para o Desenvolvimento e Socorro, na povoação de Cumpanghor, arredores de de Gabu. Trata-se de uma aldeia com vinte e cinco apartamentos sociais, uma escola, centro de saúde, água canalizada, mesquita, armazém e um ateliê de corte e costura, financiado por um cidadão do Catar, residente na Turquia, através da Fundação Esperança Internacional, cuja finalidade é combater o fenómeno crianças talibés, promover o acesso à escola, saúde e melhorar condições de vida da população.
Nesta ordem de ideia, o Chefe de Estado voltou a denunciar, afirmando que maioria de crianças nesta situação são da Região de Gabu, pelo que considera a prática uma flagrante violação dos direitos das crianças, porque, na sua opinião, um menino que passa todo o tempo a pedir esmola nas ruas não tem condição para frequentar as aulas, uma violação grave do seu direito fundamental.
“Quero saber se os fulas de Gabu são melhores muçulmanos que os mandingas ou beafadas”, questionou, afirmando que mandar uma criança pedir esmola é uma prática anti-religiosa e, a partir de agora, é interdita e quem persistir a mandar seu filho a pedir na rua será responsabilizado pelo seu ato.
Relativamente à aldeia, Sissoco Embaló reconheceu a importância e vantagens daquela infraestrutura, pelo que não escondeu a sua satisfação e aproveitou a ocasião para aconselhar a comunidade local e aos guineenses em geral, no sentido de mandarem seus filhos à escola.
O Presidente da República encorajou os promotores desse projeto para fazerem o mesmo gesto em todas as regiões da Guiné-Bissau, afirmado que o Governo não pode, sozinho, chegar a todo o lado, por isso, as organizações não-governamentais têm um papel decisivo no processo de desenvolvimento do país.
Jangada em Tchetche
O Chefe de Estado anunciou para breve a chegada de mais uma jangada, doada pelo Presidente senegalês, Macky Sall, para colocar na travessia do Rio Tchetche.
Garantiu ainda que as obras de alcatroamento de dez quilómetros na Cidade de Gabu vão arrancar ainda no decurso deste mês, para depois chegar às metrópoles de Bafatá e Bolama, e assim sucessivamente. Acrescentou que até final do ano, a situação energética será melhorada substancialmente, no âmbito do projeto da OMVG.
Sissoco Embaló garantiu aos populares da Região de Gabu que, antes do fim do seu mandato, vai asfaltar a estrada Gabu/Pirada e muitas outras em diferentes zonas do país. Afirmou que sabe muito bem que essa região que o viu nascer precisa muito dele, mas uma vez eleito Chefe de Estado, a sua prioridade abrange todo o país, aliás, todos esperam dele.
Independentemente de ser natural de Gabu, Umaro Sissoco disse que àquela estrada tem grande importância na arrecadação de receitas do Estado, e reflete significativamente na melhoria do Orçamento Geral do Estado, devido ao fluxo diário de mercadoria que dão entrada a partir daquela via.
Primeira-dama promete 50 furos de água
O Chefe de Estado aproveitou essa cerimónia para transmitir o recado da primeira-dama, segundo o qual, a Fundação Dinisia Reis Embaló já iniciou a construção de furos de águas nas aldeias e regiões necessitadas, podendo, até final do ano, construir um total de 50 fontenários em todo o país.
Por sua vez, o presidente da Organização Guineense para o Desenvolvimento e Socorro deu parabéns ao Chefe de Estado, por ter a oportunidade de inaugurar esse complexo habitacional, assim como felicitar o executivo pelo sucesso que tem estado a conseguir em prol do desenvolvimento da Guiné-Bissau.
Mohammad Sabri explicou que o objetivo da sua organização é promover o desenvolvimento do país, através de diferentes iniciativas viradas ao progresso dos guineenses, tornando-os, cada vez, mais independentes.
No que se refere aos aspetos educativos, Sabri explicou que a escola vai funcionar com o currículo escolar do sistema nacional do ensino, embora funcionará com uma componente árabe e corânica, reservado apenas às crianças muçulmanas, na perspetiva de combater o fenómeno crianças talibés.
Finalmente, agradeceu ao Presidente da República pelo apoio concedido a organização, ao régulo de Gabu que disponibilizou o terreno, à população em geral e todos aqueles que direta ou indiretamente participaram na viabilização deste projeto.
Texto: Seco Baldé Vieira – Fotos: José Dju