O líder da Coligação PAI-Terra Ranka pediu ontem, dia 25, voto da maioria absoluta dos eleitores para uma governação tranquila, nos próximos quatros anos e diz estar preocupado com aquilo que considerou de fome generalizado no país.
Domingos Simões Pereira falava num comício popular no Círculo Eleitoral-25, concretamente no campo de futebol, Maracana, no Bairro de Lala Quema, em Bissau, perante militantes e simpatizantes de diferentes partidos que compõem a coligação às eleições legislativas de 4 junho próximo.
“Do início da campanha eleitoral, no passado dia 13 a esta parte, passamos por muitos círculos eleitorais, tanto em Bissau como também nas zonas norte e sul do país, podendo ouvir entre as várias preocupações da população, que não há saúde, não há escola, estamos a passar fome, entre outros gritos de socorro, sobretudo este último fenómeno (fome) que constatámos a olho nu, as pessoas a almoçar de mangas, devido à elevação do custo do arroz e falta de compra da castanha de caju, que minimizaria o sofrimento da população rural”, relatou.
Fazendo alusão às declarações do Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, em que este afirmou que não irá nomear Domingos Simões Pereira e nem Geraldo Martins, caso PAI-Terra Ranka vença estas eleições, o líder dos libertadores disse que quem não quer respeitar a decisão soberana do povo, tem só uma solução: afastar-se do jogo político, porque o povo não vai a lado nenhum, por ser um dos elementos que constituem um país.
DSP, como é mais chamado na política, pelas iniciais do seu nome, declarou que a adesão massiva à Coligação PAI-Terra Ranka é uma clara revolução social que está a acontecer e é imparável.
Simões Pereira revelou que, na semana passada, o partido endereçou uma carta ao Chefe de Estado, pedindo-lhe a fazer parte de uma “onda positiva”, considerada a oportunidade de vivermos em paz no país, que passa necessariamente pelo distanciamento do Presidente da República nestas eleições legislativas, que compete apenas aos partidos disputarem o eleitorado.
Para o primeiro vice-presidente do PAIGC, Geraldo Martins, o partido não é contra o investimento feito em Bissau Velho, cujo montante, segundo ele, estima-se em cerca de 34 biliões de francos CFA.
O político considerou que há muito mais prioridades e que, se fosse o PAIGC no poder, colocaria esse investimento nas estradas do interior do país, por serem as que mais precisam de investimento para o escoamento de produtos, por um lado, e facilitar o acesso aos centros de saúde, por outro.
Resumindo os seis eixos do programa eleitoral do PAI-Terra Ranka, o ex-ministro das Finanças disse que o projeto prevê a criação de um banco de fomento sem qualquer taxa de juro para as mulheres e jovens, com o propósito de fazer crescer as economias familiares.
Geraldo Martins considerou que o atual regime político não teve cuidado com a essência da economia nacional, neste caso, a castanha de caju, enquanto produto estratégico da economia.
“Em 2022, o país produziu 230 mil toneladas de castanha mas não conseguiu exportá-las todas. Cerca de 50 mil toneladas do ano agrícola anterior ficaram nas mãos dos produtores, constituindo uma perda económica enorme para os agricultores”, lembrou.
Aliu Baldé