O coordenador do Movimento para Alternância Democrática afirmou que o futuro da Guiné-Bissau depende dos quadros que o país consegue formar e reter, sendo que os professores têm um papel primordial nessa tarefa.
Braima Camará, que falava no encerramento da primeira edição da Conferência Internacional de Quadros do partido, que decorreu em Bissau, de 1 a 2 de agosto, sob lema “Madem-G15 e os Desafios do Futuro”, disse que os docentes precisam de um reconhecimento, uma perspetiva de futuro, bem como de progressão na carreira, sendo eles uma grande prioridade para o Madem-G15.
O encontro que juntou mais de 408 delegados, teve como objetivo a internacionalização do partido e as suas ideologias, permitindo um intercâmbio institucional com os seus congéneres.
São também propósitos da reunião apresentar recomendações técnicas estratégicas convincentes para o país, reunir contributos nacionais e internacionais sobre fundamentos de desenvolvimento, assim como a realização anual de uma gala nacional para promoções, distinções e homenagens no país e na diáspora das estruturas, dirigentes, militantes, simpatizantes e quadros do partido.
No seu discurso, o líder do Madem-G15 referiu que, para que tenhamos um ensino igualitário e democrático, focado no aluno, é necessário aumentar o investimento público na educação.
A seu ver, o Estado tem de passar a ser o garante efetivo da nossa qualidade do sistema de ensino e, para tal, há que reconhecer os professores e os profissionais do setor. “O sucesso da educação começa nos professores, na sua qualidade, capacidade educativa, formação, estabilidade remuneratória, motivação e no seu reconhecimento”, considerou.
Bá Quecuto, como também é conhecido, falou na necessidade de preparar a comunidade guineense para os desafios que a Guiné-Bissau atravessa, apostando na educação permanente e na qualificação para as novas oportunidades de emprego. Aliás, os setores educativo e sanitário foram a tónica da intervenção de Braima Camará nessa cerimónia, em que defendeu também a reforma do sistema político com a realização das eleições autárquicas.
Noutra vertente, alertou que um país não pode avançar com a legislação assente na burocracia, pelo que a regulamentação económica tem de estar fundamentada na competitividade e no investimento. Adiantou que a pertinência de se investir na Guiné-Bissau é uma ideia que deve passar para o exterior, contrariando assim a má reputação da economia nacional, “erradamente associada à insegurança e burocracia”.
Os principais temas debatidos na conferência são essencialmente ligados a educação, saúde, agro-negócios, justiça, infraestruturas, economia, democracia e desenvolvimento.
Destaca-se a participação de convidados internacionais, nomeadamente Fernando Seara, Joao Tocha, Nuno guita, Braima Indjai (médico guineense) e Alexandre Luz, todos vindos de Portugal.
Ibraima Sori Baldé