“Madem-G15 e os Desafios do Futuro”,

O Movimento para Alternância Democrática está reunido, em Bissau, entre hoje e amanhã, na primeira edição da Conferência Internacional de Quadros do partido, sob lema “Madem-G15 e os Desafios do Futuro”, onde participam mais de 408 delegados, contando ainda com alguns convidados nacionais e estrangeiros.

O encontro tem como objetivo a internacionalização do partido e as suas ideologias, permitindo um intercâmbio institucional com os seus congéneres.

São também propósitos da reunião apresentar recomendações técnicas estratégicas convincentes para o país, reunir contributos nacionais e internacionais sobre fundamentos de desenvolvimento, bem como a realização anual de uma gala nacional para promoções, distinções e homenagens no país e na diáspora das estruturas, dirigentes, militantes, simpatizantes e quadros do partido.

Na abertura dos trabalhos, o coordenador nacional do Madem-G15 afirmou que a conferência é mais um passo firme para o progresso do país, tendo por isso apelado aos participantes a intensificarem os debates para a produção de “documento final rico” em diretrizes viáveis para o desenvolvimento socioeconómico da Guiné-Bissau.

Tudo isso, de acordo com Braima Camará, para contribuir para o enriquecimento de um programa político de desenvolvimento, baseado no cumprimento dos compromissos assumidos com o povo.

Fez saber que todos os temas a serem debatidos no encontro foram retirados do Programa Eleitoral do partido, eis a razão por que o lema é “Madem-G15 e os desafios do futuro”. “Hoje, já passaram muitas décadas de sofrimento deste humilde povo, que sempre conformou com o que lhe foi dado para fazer prevalecer o espírito de paz, tolerância e irmandade. Tudo isso para que reine entendimento entre os irmãos”, referiu.

O líder prometeu promover uma mudança que represente na melhoria objetiva e real das condições de vida das populações do país.

Disse que quadros nacionais e do Madem-G15 que participam na conferência e que, com essa ação de formação e capacitação técnica e política, juntam aos seus conhecimentos novas perspetivas e ideias, fundamentais para uma viragem e aperfeiçoamento qualitativo da democracia guineense, essencial para o desenvolvimento humano, social e económicos das populações.

Mudança de paradigma

Em representação do Presidente da República, o seu conselheiro político exortou para a necessidade da mudança de paradigma, que se consubstancia numa grande reforma do sistema político, que passa por um poder local autárquico.

Para Fernando Delfim da Silva é embaraçoso que depois de 28 anos da democracia não tenha sido realizada as eleições autárquicas, lembrando que, logo na independência, em 1973, ele (o sistema) nasceu e antecedeu os poderes centrais “na jovem República”. Isto é, antes da criação da Assembleia Nacional Popular, já havia órgãos chamados conselhos regionais, que eram de fiscalização das respetivas regiões.

A seu ver, a democracia exige uma economia política própria, que deve ser de desenvolvimento económico e social. Caso contrário, disse, é uma democracia política falhada. Nesse sentido, reconheceu que a democracia guineense falhou!

Na Guiné-Bissau, segundo Delfim da Silva, há a necessidade de uma “transformação total” da castanha de caju e, enquanto persistir a exportação em bruto desse produto, “não há mudança de paradigma económica e não há desenvolvimento económico, nem desenvolvimento regional”.

Os principais temas em ebate a conferência são essencialmente ligados a educação, saúde, agro-alimentar, justiça, infraestruturas, democracia e desenvolvimento.

Braima Sori Baldé

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