O antigo Primeiro-ministro, Nuno Gomes Nabian, apresentou seu pedido de demissão do cargo de conselheiro especial do Presidente da República.
Na sua carta, Nabian acusa o Chefe de Estado, Umaro Sissoco Embaló, de ter interferido frequentemente em várias instituições da República.
Nuno Gomes Nabian afirmou, no seu pedido de demissão, que que Sissoco Embaló não mostra abertura ao diálogo político, capaz de contribuir na criação de condições para uma governação pacífica e estável.
“Considerando que o Senhor Presidente da República não se mostrou estar aberto ao diálogo político capaz de contribuir para a criação de condições para uma governação pacífica e estável do país; considerando as constantes interferências do Senhor Presidente da República no funcionamento das instituições democráticas, nomeadamente nos Órgãos de Soberania: o Parlamento, o Governo, o Supremo Tribunal de Justiça e Tribunal de Contas, a Procuradoria-Geral, os Partidos Políticos, assim como a tentativa de sequestrar e politizar as forças de segurança do país, apenas para cobrir vossos interesses eleitorais, agindo como [senhor absoluto] num país do Estado de Direito democrático”. Lê-se no pedido de demissão do ex-Chefe do Governo guineense.
Nuno Nabiam considera não existir condições morais e nem políticas para continuar a desempenhar as funções de Conselheiro Especial do Presidente da República.
Nabian diz na sua carta que está insatisfeito face à violação dos direitos humanos no país e discursos que considera de intimidação, proferidos pelo Chefe de Estado.
“Considerando os discursos de intimidação e de ofensa moral pública (palavrões), as reiteradas violações dos direitos humanos cometidas pelas forças palacianas contra as populações sem direito de revindicação, factos estes, entre outros, que não coadunam com a minha personalidade e o modo de fazer a política ao serviço do Povo da Guiné-Bissau”, lê-se do documento, datado de 16 de fevereiro em curso.
Aliu Baldé