A Região Sanitária de Farim, sede administrativa da Região de Oio, é constituída pelas secções de Candjanbari, Cuntima, Guidadje, Binta e a própria sede setorial, a cidade de Farim e suas aldeias adjacentes, cobrindo uma população total de 74.409 habitantes.
Dos centros existentes, quatro são de tipo-C e um do tipo-B. Ainda não existe um estabelecimento com caraterística próprias de um hospital. Para o funcionamento efetivo desses centros, a Direção Regional depara com falta de pessoal técnico, ou seja, com insuficiência de recursos humanos.
Segundo o responsável de Grandes Endemias da Região Sanitária de Farim, Romão Mário Incaf, a direção conta atualmente com 18 enfermeiros, seis parteiras e dois analistas para cobrir a totalidade da população, o que significa que cada enfermeiro atende cerca de 4.134 habitantes e um analista para cerca de 37.205 pessoas.
Segundo Romão Mário, substituto do diretor da Região Sanitária, ausente do país, os centros de saúde de Candjanbari e Guidadje registam apenas dois técnicos cada. Quando houver atividades em Farim, esses centros são fechados, devido à ausência dos respetivos técnicos.
Entretanto, sublinhou que aquando da construção dos referidos centros de saúde, o número da população era relativamente reduzida, e essas infraestruturas correspondiam exatamente às demandas sem, talvez, levar em conta o fator de crescimento populacional. Em consequência, hoje, os técnicos são insuficientes para atender o grande volume de solicitações médicas.
Romão Mário Incaf revelou a existência de casos de paludismo e diarreia, que se aumentaram devido às chuvas, período que favorece o surgimento dessas patologias, o que tem aumentado o fluxo de doentes nos centros de saúde.
Explicou também que, em Farim, já se construiu um bloco operatório e, agora, falta o pessoal técnico para proceder a sua abertura e operacionalização. De igual modo, foi construída a “Casa das Mães”, para albergar grávidas com Alto Risco Obstétrico (ARO) e mulheres doentes que saem de zonas longínquas que não têm famílias em Farim.
O responsável sublinhou que em termos de atividades sanitárias, a sua direção concluiu a bem pouco tempo a campanha de distribuição de tendas impregnadas, tendo igualmente realizado campanha de desparasitação em vitamina A e mebendazol, para crianças de cinco a nove anos em toda a região sanitária.
Em termos de meios de funcionamento, Romão Mário afirmou que a região dispõe de medicamentos, tendo lamentado a existência apenas de uma ambulância para a evacuação de doentes. “Devido aos condicionalismos do rio, e tendo em conta que a jangada suspende o seu serviço antes do horário normal, a ambulância fica permanentemente noutra margem, porque sendo a única, as vezes depara-se com casos graves de doentes no período da noite.
Assim, na ausência da jangada, os pacientes são transportados em canoas para a outra margem e, consequentemente, evacuado na ambulância para o Hospital Regional de Mansoa ou para o Hospital Nacional Simão Mendes.
No que se refere às endemias, Romão Mário Incaf explicou que neste momento se registam muitos casos de paludismo e diarreia. Pois, segundo suas palavras, na época chuvosa a estagnação da água obriga a reprodução dos mosquitos, responsáveis pela transmissão do paludismo através do seu plasmódio. Com efeito, as populações afluem aos centros de saúde, para solicitar consulta médica.
De salientar que o Centro de Saúde de Farim, tipo-B, tem apenas 21 camas para o internamento, uma quantidade muito inferior ao número de doentes, o que faz com que se colocam dois pacientes na mesma cama. Esse estabelecimento sanitário conta com uma maternidade, com capacidade para quatro camas, uma sala de parto, com uma média de 40 partos por mês.
Bacar Baldé