Nádia Nanqui apela ao combate à pirataria musical

A cantora da nova geração, Nádia Monteiro Nanqui, apelou ao governo, no sentido de pensar num mecanismo de combate à pirataria musical e ajudar na promoção e proteção da cultura nacional.

Em entrevista ao jornal Nô Pintcha, aquela artista, que canta em várias línguas tradicionais, defendeu a introdução da expressão musical nas escolas, a fim de promover e despertar talentos e motivar os jovens a apaixonarem-se pela música.

Por outro lado, fazer aos jovens conhecerem a importância de valores da diversidade cultural, assim como benefícios que a música pode trazer nas suas vidas e à economia do país.

Nádia Nanque disse que tudo isso é para dar mais credibilidade e confiança ao setor musical, evitando que seja o refúgio para os jovens delinquentes. “Devemos dar valor a música e aos artistas, isto é, não permitir que as pessoas consideram os músicos como pessoas sem formação ou ocupação na sociedade”, defendeu.

A cantora admitiu que nasceu com o instinto artístico. “A música está no meu sangue, desde criança sinto-me algo na minha alma, e a partir do momento em que percebi que tenho talento e vocação para o mundo de arte, comecei logo a seguir as minhas intuições”, assegurou.

Segundo ela, no campo da música, admirava e tinha como ídolos, a Diva Dulce Neves, a Eneida Marta, Carina Gomes e a cantora evangélica Andii. A dada altura, quando o seu pai percebeu as suas intenções sobre a arte, recebeu críticas, porque a família estava reticente quanto a sua carreira no mundo artístico, sobretudo quando se trata de mulher, mas, felizmente, prosseguiu e agora recebe incentivo dos mesmos.

Apesar de seguir o mundo de arte, nunca deixou de estudar, pelo que é formada em administração e é funcionária pública. Ainda no campo musical, desempenha várias funções, entre as quais, atriz, bailarina e cantora, respetivamente.

Atualmente, pertence ao Ballet Nacional. Como atriz e bailarina, já representou a Guiné-Bissau em vários palcos internacionais, nomeadamente em África, Europa e Ásia.

A nível nacional, disse que as suas maquetes estão a ser apreciadas, com a passagem frequente na televisão, nas rádios nacionais e nos lugares de diversões. “Penso que estou num bom caminho”, admitiu.

Projeção artística

“Comecei a seguir a minha carreira artística quando estava no liceu. A projeção no mundo da música começou em 2008, graças a aposta do percursor Wilson da Silva, Mano Ndji, Luís do agrupamento Furkuntunda e outros”, salientou.

Disse que o “percursor” Wilson esteve sempre perto, é uma pessoa que lhe tem acompanhado nas suas atuações em diferentes palcos, como atriz e bailarina. No entanto, acreditado que o seu talento pode-lhe levar a um alto patamar. “Wilson sempre deu-me apoios em diferentes ocasiões, nos ensaios e nas serenatas”, reconheceu.

Nádia Nanqui lembra que em 2010 gravou o seu primeira maquete de quatro faixas músicas, além de várias participações nos projetos assolo de colegas músicos e agrupamentos. Um dos feitos não menos importante que também teve na carreira musical foi em 2019, quando participou no projeto musical de um partido político para gravar e cantar durante uma campanha eleitoral.

Perspetivas e desafios

A cantora disse que o seu maior sonho e desafio é conseguir apoio para gravar o primeiro disco. “As músicas não me faltam para gravar um disco, espero poder organizar a minha carreira, porque não quero ser apenas mais um músico guineense com mais um disco”, sublinhou.

Disse que seu objetivo é elevar a cultura guineense nos palcos internacionais, facto que lhe leva cantar em vários dialetos. “Já cantei em pepel, mandiga e bijagó, além do crioulo”.

Nádia Nanque disse ainda que está empenhada quanto as outras mulheres que cantam e aquelas que estão em deferentes áreas de arte, no sentido de trabalhar para o bem da cultura guineense. Apesar de ainda não gravar um disco, Nádia Nanqui manifestou a sua preocupação em relação à pirataria musical, porque, ao seu ver, constitui uma violação “grave” contra os direitos do autor, e causa um enorme prejuízo ao artista.

Bailarina e atriz

Como bailarina e atriz, a cantora revelou ter começado mais cedo, nos anos 90, passando por grupos culturais como Netos de Cansala, Corson di Tina e, posteriormente, integrou ao Ballet Nacional onde permanece até ao momento.

A propósito, exortou a quem de direito para apoiar a promoção da cultura e projeção dos atores culturais.

Aos familiares dos artistas, pediu paciência, de forma a permitir o despertar do talento sem quaisquer tipos de impedimentos, porque habilidade é um dom natural que precisa de ser desenvolvido.

Nelinho N´Tanhá, em serviço especial

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