Moçambique vai enviar navio para dragar Porto de Bissau

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Cooperação Internacional e das Comunidades garantiu que, dentro de três meses, chega ao país um navio moçambicano de dragagem para efetuar limpeza no Porto de Bissau, o que não acontecia há muito tempo.

Carlos Pinto Pereira, que falava em conferência de imprensa, na terça-feira, dia 25, para fazer balanço da visita do Presidente Umaro Sissoco Embaló a Moçambique, Tanzânia e Malawi, adiantou que a falta de dragagem no porto agravou as condições de operacionalidade, acumulando o lodo e mexendo com a profundidade do local.

Durante a visita, o governante ficou surpreso com “a evolução tremenda” do Porto de Maputo, que atualmente se afigura entre “os mais eficientes da África Austral”, ultrapassando mesmo todos os seus homólogos da África do Sul.

Nesse sentido, disse que aquele país lusófono está disposto a ajudar a Guiné-Bissau a montar sistemas semelhantes aos que se verificam no Porto de Maputo.

Por isso, anunciou que, brevemente, serão selecionados funcionários da Administração dos Portos da Guiné-Bissau (APGB) ou estudantes que estejam interessados, para uma formação no domínio da operação portuária, com vista a melhorar a performance da instituição.

Adiantou que Moçambique disponibilizou-se também a apoiar na formação nos setores de Polícia da Ordem Pública, Enfermagem e Administração Pública, pelo que, dentro de pouco tempo, um grupo de cinco pessoas em cada uma dessas áreas vai-se deslocar àquele país para efeito de capacitação, sendo que, em função dos resultados, alargar-se-á o número dos formandos.

Igualmente, Pinto Pereira falou da disponibilidade de Moçambique em ajudar à Guiné-Bissau na transformação da castanha de caju, evitando assim a exportação em bruto daquele produto estratégico nacional.

Formação em piscicultura

 Nesta sua deslocação, o Chefe de Estado esteve também no Malawi para uma visita particular, mas que, segundo o chefe da diplomacia, foi de grande importância, lembrando que se trata de um país sem acesso ao mar, mas que exporta peixes criados localmente, através das mais variadas técnicas.

Disse que, esse país da África Oriental está disposto a colaborar, nomeadamente na formação de jovens na área de piscicultura.

O ministro quer que as formações recebidas em Lilongué (capital do Malawi) sejam multiplicadas nas tabancas, ajudando às comunidades na criação de peixes, uma das formas de combater a pobreza e a fome, bem como melhorar a dieta alimentar dos guineenses.

Por outro lado, Carlos Pinto Pereira considerou “altamente encorajadores” os resultados da visita a Tanzânia, frisando que qualquer um desses três países está hoje num nível de desenvolvimento considerável, tendo conseguido dar um salto significativo em termos de progresso.

Deu conta que, no quadro de relações bilaterais com alguns países da sub-região, dos quais Gâmbia e Senegal, vai-se iniciar uma Comissão Mista, com vista a trabalhar juntos, nomeadamente na importação de arroz, farinha e açúcar, facilitando assim na baixa do preço dos produtos da primeira necessidade.

Ibraima Sori Baldé

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