No passado dia 8 do corrente mês de outubro o Governo, em parceria com a Fundação Suíça para a Cooperação e Desenvolvimento (Swissaid) Guiné-Bissau, procedeu ao lançamento de um projeto na área da agroecologia.
O ato foi presidido pelo diretor-geral, Júlio Malam Ndjai, que disse que a promoção da agricultura ecológica é um imperativo para o país e deve ser encarada com muita responsabilidade, pois ela garante a produção de alimentos de qualidade para a preservação da saúde dos consumidores.
Este responsável acrescentou que a segurança alimentar define-se pela possibilidade de acesso físico e económico de todos os seres humanos a uma alimentação sã e nutritiva, de forma contínua ao longo do tempo, no presente e no futuro, afirmando ainda que é crucial para a redução da pobreza, boa saúde pública, crescimento sustentado, paz e segurança mundial.
Outrossim, existe a convicção de que a humanidade pode minimizar o sofrimento provocado pelas crises cíclicas de fome, sobretudo nos países em desenvolvimento, desde que haja uma vontade política explícita e firme, aproveitando o desenvolvimento tecnológico e científico disponível.
Para Malam Ndjai, a economia do país continua a ser confronta com fortes contrariedades estruturais, marcadas pela fraca mobilização de recursos internos, falta de dinamismo do setor privado e fraco desenvolvimento do capital humano, necessitará de uma reestruturação profunda para a criação de um contexto favorável para a redução da pobreza.
Segundo Ndjai, o mundo confronta-se com as mudanças climáticas e seus efeitos implicam consequências diretas nas perspetivas do desenvolvimento de toda a humanidade, sobretudo para as populações das regiões geográficas do planeta com uma ecologia frágil, como é o caso de grande parte do continente africano.
Júlio Malam Ndjai está convencido de que para fazer face a essa situação o Governo, através do Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural, assim como outros atores de desenvolvimento do setor agrário, deverão assumir o compromisso de pôr em prática as estratégias e políticas que foram definidas, visando o crescimento de uma agricultura de modo sustentável, capaz de garantir a segurança alimentar e nutricional da população, preservação de ecossistemas que passam pela adoção de sistemas agrícolas duráveis.
A representante da Fundação Suíça para a Cooperação e Desenvolvimento (Swissaid), Sílvia Russo, frisou que os esforços da sua organizaçãos parceiros consistem em desenvolver a Guiné-Bissau tendo em conta a sua sustentabilidade a longo prazo.
Em substituição do representante da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) esteve Mário Augusto Frederico dos Reis que afirmou que o setor alimentar e agrícola irá enfrentar enormes desafios para alimentar cerca de 9,6 mil milhões de pessoas que irão habitar o planeta até 2050, cuja produção alimentar deverá aumentar em 70 por cento até 2050.
A ecologia baseada numa abordagem integrada utiliza simultaneamente princípios e conceitos sociais e económicos que colocam os produtores no centro da abordagem.
A agroecologia pode ajudar a orientar a transição para sistemas alimetares mais integrados e inclusivos que utilizam recursos de forma sustentável e eficiente, ao mesmo tempo que produzem alimentos nutritivos e outros produtos e serviços agrícolas de forma mais equitativa.
Por outro lado, oferece uma abordagem única para satisfazer, de forma sustentável, a crescente procura de alimentos saudáveis, diversificados e ricos em nutrientes, assegurando, ao mesmo tempo, que os agricultores beneficiem igualmente deste crescimento.
Mário dos Reis disse esperar que este projeto promova a criação e partilha de conhecimentos agroecológicos a nível local e nacional.