O ministro do Ambiente, Biodiversidade e Ação Climática presidiu hoje à abertura da tradicional reunião do Instituto da Biodiversidade e das Áreas Protegidas (IBAP) com os seus parceiros, visando transmitir informações técnicas e financeiras das atividades realizadas no quadro da implementação de diferentes projetos, avaliação das dificuldades e estabelecimento de perspetivas a nível das ações de conservação.
O encontro que marca o pontapé de saída das atividades da celebração do 20º aniversário do IBAP, que se assinala no dia 14 de dezembro, é organizado em colaboração com a Fundação BioGuiné.
Na ocasião, Viriato Soares Cassamá anunciou a realização, em maio próximo, de um “Dialogo Nacional sobre o Ambiente” para se procurar compreender melhor e de forma mais profunda o estado atual do ambiente.
A seu ver, será ainda uma oportunidade para discutir “estratégias e ações concretas” em prol da conservação ambiental e da proteção da biodiversidade, sendo fundamental que o diálogo seja inclusivo e participativo.
Soares Cassamá reconheceu que as dificuldades são enormes na conservação da biodiversidade, motivadas por pressões sobre o ecossistema nacional, relacionadas com “a exploração insustentável” dos recursos naturais, perda do habitat, alterações climáticas e a degradação ambiental.
“Por isso, é tão importante que continuemos a trabalhar juntos, em parceria, para enfrentarmos estes desafios de forma eficaz e sustentável”, sublinhou.
Perspetivas
Em declarações à imprensa, a diretora-geral do IBAP referiu que esse evento acontece desde 2012 e serve para transmitir informações técnicas e financeiras sobre a gestão das áreas protegidas, fiscalização e monitorização, visando também delinear estratégias para o ano que agora começa.
Aissa Regalla de Barros disse que no ano passado, apesar das mudanças a nível da direção, conseguiram identificar novos financiadores e projetos, permitindo dar continuidade às ações implementadas desde há mais de 20 anos.
Tal como o ministro, falou das “pressões externas” em relação a conservação da natureza, tais como o corte de florestas, plantações de caju, as pedreiras, minas, mas adotaram várias estratégias de controlo às áreas protegidas do país. “O modelo de áreas protegidas da Guiné-Bissau alberga também às comunidades. Então, não se pode conservar sem dar alternativa a essas populações. Por isso, investimos muito no apoio ao desenvolvimento local, construindo fontenários, promovendo horticultura, produção de sal e outras atividades amigas do ambiente, mas que aumentam a renda”.
Em relação a perpetivas, Aissa Regalla anunciou a reestruturação do IBAP, em termos de recursos humanos, com a integração de jovens, assim como o apoio ao desenvolvimento comunitário e a produção de conhecimento.
150 mil euros para execução de atividades
O secretário executivo da Fundação BioGuiné declarou que a colaboração com o IBAP tem sido feita em duas vertentes: a parceria técnica, que é de apoiar na mobilização de recursos junto dos parceiros nacionais e internacionais e mobilizar contribuição através da fundação, assim como a ajuda direta na gestão das áreas protegidas.
Didier Monteiro adiantou que, neste momento, a BioGuiné tem disponível cerca de 150 mil euros para a execução das atividades, valor que pode ser superado conforme as necessidades.
Ibraima Sori Baldé