Governo promove reflexão sobre revisão de códigos penal e civil

O Ministério da Justiça e Direitos Humanos, em parceria com a Faculdade de Direito de Bissau (FDB), promoveu, no dia 22 do corrente mês, um ateliê de reflexão sobre propostas de revisão de “grandes códigos: nomeadamente penal e civil.

O evento tinha como objetivo avaliar as propostas de revisão dos diferentes códigos, discuti-las de ponto de vista técnico e propor as sugestões pertinentes para o efeito de revisão, com vista ao enriquecimento dos referidos diplomas. E, insere-se no âmbito do convénio da cooperação assinado entre o Governo e a Faculdade de Direito de Bissau.

A sessão de reflexão contou com a participação de advogados, técnicos de diferentes departamentos governamentais, conhecedores da área, assim como organizações não-governamentais e internacionais acreditadas no país.

Na ocasião, Degol Mendes, diretor-geral da política da justiça, disse que a atual conjuntura nacional é caraterizada por muitos diplomas legais obsoletos e desadequados a realidade social. Pelo que torna imprescindível e urgente a formulação de novas opções a nível legislativo.

Degol Mendes disse que a reforma dos grandes códigos, além de constituir a prioridade do Governo também visa responder às exigências da comunidade internacional, no quadro de combate ao crime e criação de um ambiente favorável para a convivência pacífica e harmoniosa.

A propósito, revelou que a nível de quadro legal vários diagnósticos foram feitas sobre a referida matéria, mas todos apontaram sinais de constrangimento com consequências que pesam sobre o prazo apertado para a conclusão de investigação, detenção e prisão preventiva que muitas vezes incompatíveis com a natureza do inquérito, principalmente quando se trata de questão de cariz económico e financeiro.

No seu entender, a adequação do quadro legal visa, também responder a preocupação do Governo em construir a justiça independente, transparente e eficaz, com vista a defender os direitos de cidadãos, progresso económico e a consolidação do Estado de Direito Democrático.

“Assim, é obrigação do país acompanhar os esforços internacionais no combate ao crime, adotar e reforçar as disposições legais” frisou Degol Mendes.

Por sua vez, Oumar Diallo, em representação do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, felicitou a determinação do Governo quanto a reforma da justiça.

Segundo o diploma, a revisão permitirá identificar soluções com vista a erradicar a morosidade de justiça no país.

Por outro lado, disse que não basta ter códigos e leis modernas, mas sobretudo zelar pelo seu cumprimento e a sua efetiva implementação para o bem-estar das populações.

Finalmente, admitiu que a parceria entre o Governo e a FDB prova que a Guiné-Bissau dispõe de recursos e meios endógenos à altura de responder aos desafios do desenvolvimento, pelo que manifestou a disponibilidade das Organizações das Nações Unidas em continuar a acompanhar e apoiar o setor da justiça guineense.

Texto e foto: Nelinho N´Tanhá

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