Governo lança Comité de Pilotagem do Projeto Boa Governação

Com o financiamento da União Europeia, num montante de dois milhões de euros, a Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH) e o Instituto Marquês do Vale Flôr (IMVF), em coordenação com o Ministério da Administração Territorial e Poder Local, fez hoje, dia 24 de maio, o lançamento do primeiro Comité de Pilotagem do projeto “Boa Governação”.

O objetivo visa capacitar as organizações da sociedade civil das cinco cidades de intervenção, nomeadamente Bafata, Gabu, Canchungo, Bula e Bolama, no desempenho de papel, na promoção da boa governação e do desenvolvimento local.

O projeto tem a duração de três anos, isto é, de 2024 a 2027.

A cerimónia de lançamento foi presidida pelo ministro da Administração Territorial e Poder Local que disse que o projeto inscreve-se no âmbito do Programa Indicativo Multianual 2021-2027 de Cooperação entre o Governo e a Delegação da União Europeia na Guiné-Bissau.
Segundo Marciano Silva Barbeiro, o projeto vai desenvolver uma governação participativa nos setores prioritários da cooperação entre a Guiné-Bissau e a União Europeia, tendo como principais grupos-alvos os jovens e as mulheres.

O ministro adiantou que há também o propósito de promover espaços do diálogo inclusivo entre as autoridades locais e organizações da sociedade civil como premissas fundamentais na construção duma agenda de desenvolvimento municipal mais inclusivo, assente no respeito pelos direitos humanos para promoção da igualdade de género, paz social e resiliência dos cidadãos.

Para Barbeiro, estes investimentos, tanto para o reforço de capacidade das autoridades locais, organizações da sociedade civil, construção, reabilitação e equipamento de infraestrutura sociais e económicas, contribuem progressivamente na implementação das políticas públicas, criando condições básicas para a realização gradual.

O coordenador do projeto Boa Governação pelo Instituto Marquês do Vale Flôr (IMVF) enalteceu a importante do mesmo, pois permite continuar os trabalhos iniciados anos atrás com a UE-PANE e terminar com a Ianda Guiné Djuntu.
Victor Puerta Tierno disse a que a estratégia é a mesma de utilizar os apoios para reforçar todas as fases do projeto e apoiar a sociedade civil a estar mais fortalecida, e esse é um projeto que juntou todos intervenientes para fazer uma boa ação.

Puerta convidou a todos que se juntaram ativamente no projeto para partilharem as suas experiências para uma melhor ação.

Por sua vez, o representante da União Europeia, Artis Bertulis, destacou o papel central das mulheres e dos jovens neste projeto, os quais representam mais de metade da população guineense, pelo que é essencial que as ações respondam diretamente às suas necessidades.

Bertulis realçou o potencial da contribuição das mulheres e dos jovens no desenvolvimento sustentável do país, razão pela qual é evidente que são uma prioridade do projeto comum para garantir uma abordagem inclusiva e representativa, implementar planos de investimentos participativos, através de subvenções para ações temáticas para OSC, sendo que espaços de diálogo com o Estado é ator chave.

O presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos, Bubacar Turé, afirmou que o objetivo das competências e componentes da OSC é para que possam desenvolver um papel ativo no processo, tornando os atores chaves no processo do desenvolver local, porque a Guiné-Bissau não é só Bissau, existem várias regiões e setores que também necessitam ver.

Segundo Turé, este projeto de Boa Governação pretende incentivar e promover também a coesão territorial, ou seja, garantir que as populações do interior do país dispunham de capacidade do mecanismo necessário para participar no processo do desenvolvimento pretendido.

Adelina Pereira de Barros

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