O Governo e o setor privado mantiveram a primeira reunião de trabalho, com vista a identificar e eliminar as barreiras na campanha de comercialização de castanha de caju deste ano. O referido encontro teve lugar nesta terça-feira, dia 9, no Ministério do Comércio.
O executivo, em colaboração com os parceiros, quer com esta iniciativa envolver todos os atores intervenientes na fileira de caju, para a busca de solução para a presente a campanha.
Na reunião, o ministro das Finanças, Ilídio Vieira Té, garantiu que o Governo vai tudo fazer para viabilizar a campanha de comercialização de castanha de caju, mas advertiu aos comerciantes que qualquer preço que vier a ser acordado vai ser cumprido por todos.
“Vou-vos garantir uma coisa: este ano o preço base que vai ser fixado para compra de castanha é o mesmo que vai ser praticado, e qualquer tentativa de desafiar terá resposta adequada, e desde já pedimos a vossa colaboração nesse sentido. Não vamos permitir desordem nessa campanha, é bom que isso fique claro”, advertiu.
Por sua vez, o ministro do Comércio, Orlando Mendes Veigas, prometeu mais encontros dessa natureza, envolvendo todos os atores da fileira. Segundo o governante, este é o momento de resolver todos os problemas que poderão constituir obstáculo, por isso, “peço à colaboração total do setor privado”.
Por seu turno, o representante da Rede das Organizações de Agricultores e Produtores Agrícolas na África Ocidental, Roppa-Guiné-Bissau, Alanso Fati, começou por criticar as falhas verificadas nas campanhas anteriores.
Em declarações à imprensa depois do encontro, o presidente em exercício da Câmara do Comércio Industria, Agricultura e Serviços (CCIAS), Mama Samba Embaló, disse que a reunião serviu para identificar os pontos de estrangulamento da campanha do ano passado e encontrar os mecanismos de remoção às referidas barreiras, para que a campanha 2024 seja um sucesso.
Informou, igualmente, que os trabalhos para viabilizar a campanha desse ano vão continuar, porque falta ainda muito por fazer. Porém, disse que a reunião foi frutuosa, porque as partes mostram interesse em encontrar uma solução.
“Para mim esta iniciativa de convidar o setor privado na busca de solução para a presente campanha é um bom começo, se este espírito continuar, significa que este ano tudo vai ser diferente”, enalteceu.
No entanto, o presidente em exercício da CCIAS garantiu que vai sensibilizar os seus associados, no sentido de contribuírem para a viabilização da campanha.
De recordar que numa das entrevistas concedido ao Nô Pintcha, o presidente da Associação Nacional dos Agricultores da Guiné, Jaime Boles, tinha dito que o governo ignora por completo o remédio que pode ser utilizado para salvar a campanha.
Segundo suas palavras, há falta de obediência às recomendações dos atores intervenientes da fileira de caju, associado à ausência de acompanhamento e fiscalização da implementação do preço de referência.
Na altura, lembramos o presidente havia alertado que a maioria dos comerciantes são os próprios governantes, razão pela qual nunca estará interessados em resolver o problema de preço de caju.
Alfredo Saminanco