FNUAP revela que Guiné-Bissau lidera taxa de mortalidade materna

A Guiné-Bissau tem uma taxa de mortalidade materna mais alta a nível da sub-região e do Continente. Os indicadores constam no último relatório divulgado pelo Fundo das Nações Unidas para População (FNUAP ou UNFPA), em parceriacom a Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

A revelação foi da diretora regional de UNFPA para África Central e Ocidental, Argentina Matavel, numa conferência de imprensa realizada no dia 6 do mês em curso, na sede dessa organização. O encontro com jornalistas visa informar a sociedade da sua missão ao país.

Na explicação da Diretora Regional, em cada 100 mil nados vivos guineenses morrem cerca de 900 isso a nível nacional. Mas, quando olharmos para as regiões, existem ainda zonas onde em cada 100 mil nados vivos morrem cerca de 3 mil.

Segundo Argentina Matavel, esses indicadores já não são vistos em nenhuma parte do mundo, portanto, são sinais muito assustadores.

A Diretora Regional disse que a sua visita ao país foi exatamente para analisar e discutir com as autoridades nacionais sobre esse problema de saúde pública, e já teve encontros com o chefe do Governo, do ministro da Saúde, Escola Nacional de Saúde e de mais entidades.

Disse que, de facto, os indicadores lhe preocupam bastante, mas pelo que viu e ouviu das autoridades, sente-se encorajada muito, porque demonstra engajamento do poder político na resolução desse problema.

Na opinião de Matavel, para diminuir a taxa de mortalidade materno-infantil, há três desafios a ter em conta: a primeira é a formação de parteiras sobre os desafios contemporâneos da saúde, tal como está a acontecer neste momento; o segundo aspeto é o planeamento familiar com métodos modernos de contraceção e, o último, são cuidados obstétricos de urgência.

A responsável disse que, no encontro com o ministro da Saúde, foi informada que recentemente, foi realizado um fórum nacional de saúde sobre cuidados primários. portanto, são o conjunto dessas iniciativas que também podem contribuir na redução desses indicadores, porque depois do fórum, o Governo vai reunir com os parceiros para apresentá-los um plano estratégico operacional.

Nesse sentido, Argentina Matavel manifestou a disponibilidade da sua organização em apoiar o executivo na implementação desse plano operacional, quer com meios financeiros e também com recursos humanos.

Alfredo Saminanco

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