Fiéis muçulmanos rezam pela paz e perdão divina

A 36ª edição da Ziara anual do sábio Tcherno Ahmadu Balnde, de Madinatul Huda, República do Senegal, teve lugar nos dias 9 e 10 de fevereiro corrente e contou com a participação de mais de 10 mil fiéis muçulmanos, provenientes tanto do país anfitrião, como da Guiné-Bissau, Gâmbia e da Guiné-Conacri, dentre eles, o compatriota Tcherno Suleimane Baldé, presidente da Associação dos Imames.

Conforme o relatório dos Serviços da Migração e Fronteiras do posto de Pirada, a Guiné-Bissau participou com mais de cinco mil fiéis, transportados em 243 viaturas e 31 motos.

A essência da Ziara deste ano centrou-se na realização de orações coletivas e individuais, leitura completa do Livro Sagrado, cânticos corânicos e louvor a Allah por meio do rosário, o que deu aos participantes a sensação de que estavam mais perto de Deus e do seu Profeta Muhammad Sallalah Aleihim wa Sallam, (SAW) sendo, enquanto humanos, perdoados os seus pecados.

Em breves palavras, na quinta-feira a noite, o califa Tcherno Ahmadu sensibilizou os fiéis em congregação, tendo-se pronunciado sobre a responsabilidade que Allah incumbe um líder religioso, sobretudo no momento da oração e chamou à atenção àqueles que pregam a força para serem chefes religiosos.

“Aquele que anda a detestar determinadas personalidades para dirigir as orações coletivas receberá o castigo de Allah noutro mundo”, disse o sábio argumentando-se com uma citação do Alcorão, a palavra de Deus, tendo ainda acrescentado que ser líder significa ser humilde.

Segundo ele, o Profeta Muhammad (SAW) disse aos muçulmanos de que aquele que dirige a oração coletiva se for correto, os seus seguidores receberão a bênção do Allah, mas caso ele errar na orientação das orações ele recebe o castigo celestial.

Tcherno Ahmadu disse que Allah não tem família, nem amigos, por isso a relação direta que os humanos estabelecem com Ele é dizer a verdade e submeter-se honestamente a Ele.

Em relação ao número de participantes da Ziara, o califa sublinhou que cada um receberá agradecimentos e bondade da parte de Allah igual aquela quantidade de fiéis presentes na Ziara. Nesses termos, aconselhou aos participantes para intensificarem a realização de orações, pegando o seu rosário e chamar, quantas vezes necessário, o nome de Allah. Que as pessoas evitem de estar sentadas na Mesquita conversando de lado com um companheiro. “Dentro da Mesquita não se fala de outras coisas que não seja o nome de Allah”.

No que concerne ao comportamento, o sábio aconselhou aos fiéis e sobretudo a camada juvenil que aceitem e apliquem a educação islâmica, saibam respeitar o mais velho e o próximo e saibam conviver em harmonia com os demais. “É bom que as pessoas se revelem bem-educadas em qualquer meio social e fujam do pecado”, asseverou.

De salientar que este ano os fiéis da Guiné-Bissau foram confrontados no posto de Pirada com exigência por parte do pessoal da Guarda Fronteira, de cartões de vacinação contra covid-19 e em Nhanao, posto fronteiriço do Senegal, cada condutor teria que pagar dois mil francos CFA para ter o documento denominado “Pass-Avant” (entenda-se autorização de circulação no país vizinho). Outro entrave foi a cobrança por parte da polícia instalada junto do Rio Kayanga, na zona de Cabendo, que aplicou cobranças de três mil francos CFA aos condutores que não respeitaram o uso obrigatório do cinto de condução. Enfim, é a busca da glória e perdão do pecado no país vizinho. Que Allah aceite as nossas orações e nos abra as portas do paraíso eterno, dando paz e tranquilidade à Guiné-Bissau!

Bacar Baldé

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