“Falta de financiamento reduz progressão da medicina tradicional”

O curandeiro tradicional assegurou, ontem, que falta de financiamento para edificação de uma estrutura adequada e aquisição de aparelhos simples de produção de medicamentos feitos a base de plantas tem vindo a reduzir a projeção da aplicação de medicina tradicional.

Pedro Saúde Maria falava numa entrevista exclusiva concedida ao Nô Pintcha sobre a sua experiência nesse campo. Nesta ordem de ideia, Saúde Maria apelou ao Governo e organizações que atuam na área da saúde e não só, à financiar o seu projeto de aquisição de aparelhos de transformação de plantas medicinais em comprimidos, produtos  injetávei e em pomadas.

Ainda, ele, não obstante os esforços empreendidos junto a Organização Mundial da Saúde, Organização Africana de Propriedade Intelectual e do  Governo através do Ministério da Saúde Pública mas, tudo foram sem sucesso.

Revelou que, entre os aparelhos solicitados aos financiadores e ao Governo, o mais custoso de todos é de 5 milhões de francos CFA.

Lembrou que já havia mostrado um terreno destinado â construir uma clínica, sito em Safim, às organizações acima referidas e que, inclusive, visitaram o local na altura. Entretanto, em dado momento, mudaram o financiamento para outro setor.

O responsável afirmou que as florestas da Guiné-Bissau dispõem de plantas capazes de tratar almorodia, lepra, tifóide, diabete, hipertensão arterial, acidente vascular cerebral (AVC), disfunção erétil, asma, sinusite, hepatite A, B, colo aberto, tuberculose e muito mais. Razão pela qual, em inúmeras ocasiões, teve de dormir vários dias nas matas de Mansaba em busca de plantas medicinais.

Entretanto, Pedro Saúde Maria assegurou que o problema de almoródia é transmissível, em caso da pia usada por um paciente não fôr devidamente esterilizada. Daí a pertinência da população acautelar-se em emprestar casas de banho à qualquer indivíduo.

Saúde Maria disse que a prática do uso de plantas medicinais nos tratamentos de doença vem de épocas muito remotas, razão pela qual se os africanos em geral e os guineenses em particular, priorizarem o desenvolvimento desse campo medicinal, de certeza, podem tratar seus pacientes só com plantas.

“Não quero com isso afirmar que abdicaremos, por completo, de recorrer ao tratamento científico, mas em poucas ocasiões. Pois simples plantas medicinais de fácil acesso cura muitas doenças”, assegurou Maria.

Esse curandeiro acrescentou que a Guiné-Bissau dispõe de uma área florestal muito vasta com inúmeros tipos de plantas medicinais capazes de tratar várias enfermidades. Por isso “há que colocarmos os nossos conhecimentos nos estudos em prol do descobrimento de mais plantas medicinais destinadas a tratar mais patologias”.

Demonstrou que dispõe de conhecimentos, aptidões e experiências capazes de tratar um diabético mesmo tendo ferida crónica e que não precisaria de amputar nenhu dos membros superiores ou inferiores.

Aproveitou a ocasião para convidar outros curandeiros tradicionais à juntarem-se ao seu projeto em prol da saúde pública.

Julciano Baldé

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