Escola de Bachil lança 36 graduados ao setor de ensino

A Escola de Formação dos Professores em Bachil, Região de Cacheu, denominada DNS (sigla dinamarquesa), lançou no mercado do Ensino Básico um grupo de 36 docentes formados em diferentes disciplinas, os quais receberam diplomas de formação, no dia 7 deste mês.

Trata-se do quinto grupo de professores que terminaram curso nessa escola sob administração da ONG Ajuda do Desenvolvimento do Povo para o Povo (ADPP) que, de 2012 a esta parte, já formou 2001 professores, deste número, 74 são do sexo feminino.

Na cerimónia de graduação, o inspetor regional de Educação transmitiu à Direção da DNS a satisfação do Governo, enquanto entidade que por lei  é reservada à responsabilidade de promover a formação profissional de qualidade aos profissionais da educação.

Marcelo Mendes, o delegado regional de Educação, sublinhou que a qualidade do Ensino depende, em grande medida, da formação qualificada e a valorização dos seus profissionais. Afirmou que o Executivo está empenhado em garantir condições aos docentes para que exerçam condignamente as suas funções.

“Não há, no mundo, um Estado, por mais forte que seja, que consiga suprir todas as necessidades da sua população, daí a necessidade de contar com o apoio do setor privado para fazer chegar a sua ação onde não lhe é possível alcançar. Neste sentido, temos que andar de mãos dadas com os parceiros de desenvolvimento”, reconheceu.

Marcelo Mendes convidou os recém-formados para exercerem a atividade de docência que considerou de mais alta responsabilidade, visto que “o professor faz a função de mãe”.

“O erro de um professor é mais grave do que o de um médico, pois se a falha de um médico pode matar uma ou algumas pessoas então o de docente pode assassinar uma geração”, sublinhou.

Em representação da ADPP da Guiné-Bissau, esteve Mariana da Silva. No seu discurso, animou aos novos docentes para estarem preparados em enfrentar as dificuldades profissionais e nunca desistir perante os obstáculos, acrescentando que “quem vencer sem obstáculo triunfará sem glória”.           

Por seu turno, o diretor da Escola, Djoncom Camará, lembrou que o mundo precisa de ser acompanhado nas suas exigências. Para isso, afirmou que é indispensável a preparação do homem e essa antecipação está a ser respeitada pela DNS Cacheu.

O diretor frisou que, habitualmente, ao longo dos cursos, são feitos intercâmbios de conhecimento no país e no estrangeiro, mas a situação da pandemia da Covid-19 não permitiu que esse quinto grupo deslocasse para o estrangeiro, porém, a administração optou por realizar intercâmbios virtual.      

Para o régulo de Tchur-Bachil (chefe tradicional), Lúcio Balencante Rodrigues, é um grande perdedor quem pensa que sabe tudo mas também quem entende que já não precisa de aumentar o seu conhecimento acaba por arrepender.

No que se refere ao desenvolvimento, o régulo disse que o seu maior sonho é transformar o seu regulado numa área mais atrativa e desenvolvida do que as dos setores administrativos de Cacheu e Canchungo.

Juramento dos graduados

Depois de receberem seus diplomas, os graduados prestaram o seguinte juramente, que mereceram aplausos fortes dos presentes na cerimónia:

“Ser professor é ser a luz que ilumina o futuro; juro tomar a criança como centre de aprendizagem; juro fazer nascer o desejo de saber; juro promover a inovação e a investigação, numa perspetiva integrada.

Ser professor é servir a sociedade; juro ir ao encontro da criança até à zona mais distante do meu país para ajudá-la a crescer melhor, a amar e engrandecer a pátria.

Juro desenvolver o princípio de ligação escola-família e meio social; juro não coabitar com a corrupção e nem aceitar suborno, desleixo e usurpação; juro lutar por uma escola e sociedade com igualdade de género.

Juro formar bons cidadãos, educados no espírito da paz, tolerância, democracia e desenvolvimento socioeconómico e cultural do país. Juro aumentar as oportunidades de acesso das raparigas no sistema educativo; juro libertar a pátria do analfabetismo.

Ser professor é cumprir com as instruções legais; juro cumprir fiel e integralmente a Constituição da Guiné-Bissau, as instruções, regulamentos do ensino e demais dispositivos normativos.

Juro combater a exclusão e renovar a escola; juro por minha hora, a bem da ciência e da arte, a bem do homem responsável e humano, a bem do desenvolvimento dos guineenses, cumprir na íntegra este juramento”.

Texto e fotos: Aliu Baldé

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