O embaixador da República Popular da China na Guiné-Bissau considerou de “grande mentira” que a China provoca a armadilha da dívida aos países africanos e tomou os dados de um estudo alemão como exemplo. Conforme este estudo, apenas 26% da dívida externa do continente africana era devida a credores bilaterais, em comparação com 33% e 41% devidas a credores multilaterais e privados, respectivamente.
Por isso, segundo o diplomata chinês, é impossível que ultrapassaria 26% a proporção da dívida da fonte chinesa. “De facto, a China participou na Iniciativa de Suspensão do Serviço da Dívida do G20 enquanto os credores privados não. E os empréstimos chineses a países africanos sempre se concentram na construção de infraestrutura e na subsistência do povo. O exemplo claro é a construção do caminho-de-ferro Mombaça-Nairobi no Quénia, cujo lucro já cobriu os custos operacionais e o empréstimo”, citou.
Cooperação entre Guiné-Bissau e China
O diplomata chinês anunciou que o seu país vai reforçar, como o grande amigo e irmão da Guiné-Bissau, a colaboração nos domínios da saúde, agricultura e bem-estar do povo e oferecer apoios dentro da sua capacidade. Por outro lado, ele felicitou ao Chefe Estado, Umaro Sissoco Embaló, pela sua designação à presidência da Conferência dos Chefes de estado e do Governo da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO). Segundo ele, o governo chinês já aprovou o projeto do Ministério dos Negócios Estrangeiros, o qual visa a reparação do salão da conferência internacional. “Esperamos que a Cimeira da CEDEAO poderia ser realizada neste salão no próximo ano.”
Aquando do Fórum China/África, em Novembro de 2021, este país asiático prometeu um pacote colossal de apoio ao continente africano. Sobre esse assunto, o embaixador disse acreditar que o governo chinês vai promover o andamento dos fundos prometidos em função da realidade de cada país.
No caso concreto da Guiné-Bissau, Guo Ce garantiu que o governo chinês vai promover os projetos de construção de acordo com a vontade e a prioridade do governo guineense e continuará a oferecer bolsas de estudo aos estudantes guineenses. Ele também aproveitou a ocasião para anunciar que cinco alunos do Liceu Kwamen N´kruma já ganharam bolsas de estudo para a China. “Esses bolseiros são todos de família normal da Guiné-Bissau”, sublinhou.
Guo Ce disse que ficou impressionado quando viu a notícia no Jornal Nô Pintcha relativa ao 11º Congresso do Partido Comunista da China, realizado há 46 anos quando, segundo ele, tinha apenas sete anos. Sublinhou que esse congresso teve um sentido significativo no desenvolvimento da economia chinesa.
Posição da política chinesa
Conforme o diplomata, alguns países ocidentais estão ansiosos para prosseguir o unilateralismo e desempenhar o papel da polícia mundial, e têm um grande mal-entendido do desenvolvimento da China. Na verdade,a China sempre se dedica a resolver os conflitos por meios pacíficos, que é também a sua posição perante a crise na Ucrânia, e nunca ficará a polícia mundial.
“No entanto, Taiwan é uma parte inseparável do território chinês, a questão de Taiwan é inteiramente um assunto interno da China. As questões de Taiwan e de Ucrânia são totalmente diferentes”, afirmou.
O diplomata chinês salientou a impossibilidade de intenção dos países ocidentais que tenta entravar o desenvolvimento da China tendo como peça a questão de Taiwan, reiterando a determinação da China de realizar a reunificação do país.
“De acordo com a Lei Anti-Secessão,a China recorrerá às medidas, incluindo meios não pacíficos contra qualquer tentativa de buscar a independência de Taiwan e outros assuntos semelhantes. Não subestime a determinação da China de defender a soberania do país e a integridade territorial”, acrescentou.
Aliu Baldé
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