Doença Noma quase sob controlo na Guiné-Bissau”

A ONG Hilfsaktion que intervém na prevenção e tratamento da doença Noma afirmou hoje que o índice de contração e de gravidade dessa patologia reduziu “bastante” no país e que “quase está controlada” graças à equipa de especialistas que tem trabalhado em todo o território nacional.

O administrador do Centro de Acolhimento “Casa de Crianças” situado em Djaal, arredores de Bissau, tranquilizou os guineenses que país dispõe de centro hospitalar preparado para tratar a doença Noma. Por isso, pediu que os casos fossem levados atempadamente ao hospital situado no Bairro de Enterramento, em Bissau.

Na ausência de uma causa que tenha sido aprovada cientificamente, a falta de higiene bucal assim como a falta de vacinação das crianças são dadas como algumas das causas de contração de Noma, daí o apelo de Admar Mendonça para o cumprimento do calendário de vacinação que visa reforçar a humidade dos menores, sem ignorar a higiene bucal.

Conforme Admar Mendonça, a Região de Oio é a zona com maior registo de casos de Noma na Guiné-Bissau, seguida pelas regiões de Bafatá e Gabu.

Assegurou que a doença não é transmissível, por isso, todo o carinho a um paciente é necessário.

Mendonça disse que o Centro de Acolhimento “Casa de Crianças” acolhe neste momento 31 menores e adultos, dos quais, 26 foram submetidos à intervenção cirúrgica e não há risco de vida a ninguém.

“Logo ao ingressarem ao centro, todo o tratamento, alimentação e estadia são gratuitos, ou seja, o familiar só passa para visitar e mais nada, assumimos tudo”, assegurou.

No âmbito da celebração da festa de Natal, a Antena Noma para a Guiné-Bissau proporcionou hoje às crianças portadoras da doença Noma com a entrega de diversos brinquedos num ambiente de confraternização.

Por seu lado, a professora Juliana Có, também paciente de Noma, exortou às autoridades a prestarem mais atenção às pessoas com deficiência, sobretudo quando se trata de crianças.

Juliana Có lembrou que o seu caso era muito grave e até deparava com grandes dificuldades para comer, mas felizmente as duas intervenções cirúrgicas de que foi alvo resolveram tudo, atualmente é formada pela ONG HILFSAKTION como professora e sente-se preparada e pronta a integrar a qualquer sociedade.

“Aqui na Casa de Crianças sentimo-nos mais valorizadas e mais incluídas na sociedade, contrariamente como somos vistos e tratados pelas nossas próprias famílias”, reconheceu Juliana Có.

De recordar que a ONG HILFSAKTION, versada em prevenção e tratamento de Noma, chegou à Guiné-Bissau em 2012.

Aliu Baldé

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