Praticantes de desporto devem respeitar orientação de especialistas

O desporto é toda a forma de praticar uma atividade física. Os objetivos podem não ser competitivos, mas as vantagens são as mesmas, devido ao seu impacto na saúde, reduzindo o nível de doenças cardiovasculares. A atividade física fortalece músculos, ossos, articulações. Previne várias doenças, melhora a autoestima e promove uma sensação geral de bem-estar, diminuindo o nível de depressão, ansiedade e colesterol.

Por outro lado, a prática do desporto melhora a capacidade de raciocínio da memória, a aparência física e a agilidade, assim como ajuda à integração social, combate doenças mentais como a depressão, entre outras.

Segundo a Organização Mundial de Saúde, a prática desportiva contribui para um estilo de vida saudável, aliado às vantagens físicas, mentais e assume vantagens sociais, por ser uma atividade de lazer e complementar à escola. Tem a capacidade de tornar as pessoas mais autónomas, quer a nível pessoal, quer a nível social.

A OMS afirma ainda que, se a população global fosse mais ativa, poderiam ser evitadas até 5 milhões de mortes por ano.

Na opinião do diretor da Escola Nacional da Educação Física e Desportos (ENEFD), a relação entre o desporto e a saúde deve-se ao facto de que o desporto é uma atividade que só uma pessoa sã o pode praticar e quem o exercer leva uma vida saudável. Acrescentou ainda que o exercício físico ajuda na criação de uma boa disposição e, consequentemente, no aumento da produtividade, lembrando que o desporto faz-nos libertar de uma hormona chamada ceratoma.

Mário João Lopes Ferreira (vulgo Yekini) disse que a prática de desporto reduz o risco de vários tipos de doenças, porque os anticorpos ficam mais forte contra quaisquer agressões extras.

Ao nível psicológico, são várias as vantagens que o desporto oferece, segundo Mário Yekini, aatividade física estimula algumas capacidades mentais e ajuda a diminuir o stress e a ansiedade. Para além disso, disse que uma pessoa que sente bem com a sua fisionomia vai sentir-se, consequentemente, bem psicológica e espiritualmente.

Acrescentou que a prática desportiva não só ajuda a manter o seu físico, como ainda aumenta a sua massa óssea, reduzindo o risco de osteoporose. Tal como ocorre com os músculos, também os ossos se tornam mais fortes e evita o risco de contrair diferentes tipos de cancros.

Desenvolvimento da personalidade humana

O especialista também disse, citando estudos realizados nos Estados Unidos da América, que estudantes que praticam exercícios físicos têm melhor aproveitamento académico, em relação aos que não os praticam.

“As crianças que praticam exercícios físicos tendem a distinguir-se a nível académico, revelando alguma facilidade em obter bons resultados, tendo em conta que o exercício regular do desporto aumenta os níveis de algumas moléculas do cérebro essenciais para a compreensão”, indicou Yekini.

Nessa perspetiva, defendeu a necessidade da introdução da Educação Física e Desportos nas universidades para contribuir no desenvolvimento harmonioso da personalidade, concentração e ajuda no raciocínio rápido, em diferentes momentos e situações.

Acrescentou ainda que é bom que se faça exercícios fiscos nas escolas e em casa para incentivar à atividade física, para que as próximas gerações venham a ter hábitos.

São raras as atividades que asseguram uma sensação tão boa como a desportiva. Faz com que a produção de endorfinas no cérebro dispare, elevando os níveis de satisfação e felicidade em geral.

O especialista em desporto explicou que a diferença entre o deporto, educação física e exercícios físicos, é porque o desporto é um conjunto de modalidades praticadas com a finalidade competitiva, baseada na formação de personalidade, enquanto o exercício físico é uma atividade sem meta, que pode ser praticada de forma individual ou em grupo.

Ocupação caseira é tida como atividade física

A Educação Física está mais focalizada num processo de ensino e aprendizagem, através de um programa, requisitos e orientações. Acrescentou que as tarefas caseiras, a profissão de pedreiro, estiva, caminhada e outros trabalhos que exigem esforço fisco são tidos como atividades físicas, não tem um objetivo para desenvolver uma certa capacidade ou grupo muscular.

Questionado sobre o risco das pessoas praticarem exercícios físicos sem orientações médicas e de especialista em desportos, Mário João Lopes Ferreira respondeu que é como um doente estar a automedicar-se sem nenhuma orientação médica porque, na sua explicação, há exercícios contraindicados a certas patologias.

Acrescentou que quem padece de diabete não pode fazer o mesmo exercício que alguém que sofre de hipertensão faz. Contudo, afirmou que todo o tipo de exercício físico ajuda na redução do risco de várias doenças e cada uma destas patologias combina com um tipo de exercício.

Yekini aconselhou aos amantes do desporto para consultarem um médico antes de começar qualquer exercício físico, independentemente dos objetivos que se pretendem, assim como pedir orientação de um técnico da educação física.

O especialista em desporto disse que, quanto maior calor se faz sentir, menor roupas deve usar. E quanto menor é o calor mais roupas deve usar na prática de exercício físico para poder conservar a temperatura corporal, acrescentando que, independentemente do estado do tempo, é aconselhado beber água constantemente.

Por outro lado, disse registar com satisfação a abertura de muitos ginásios em Bissau, mas disse duvidar se todos estão a funcionar com base nas regras exigidas: ter um profissional orientador, criar ficheiro individual e seus objetivos, respeitar o distanciamento entre os equipamentos e exigir atestado médico dos interessantes na hora de inscrição.

João Lopes Ferreira disse que é recomendável que os candidatos, antes de ingressar, fazerem o teste de plantograma para poderem saber do seu estilo de pé. Esses estudos fazem-se no Centro de Reabilitação Motora de Quelele – Centro de Prótese), assim, cada um poderá saber que tipo de sapatilha deve usar para o exercício físico.

Regime alimentar

Mário João Lopes Ferreira disse que é aconselhável, para quem vai praticar exercícios físicos, consumir frequentemente alimentos energéticos, nomeadamente: arroz, batata, pão, inhame, mandioca. Igualmente, alimentos protetores ou vitaminoses, que podem ser encontrados em frutas e legumes. Finalmente, grupo de alimentos construtores, que são carne, peixe, mariscos e entre outros.

O especialista explicou que, depois de cada jornada de treino, deve-se comer um pouco de tudo, independentemente do tipo de exercício.

Afirmou que é aconselhado o consumo frequente da água antes, durante e depois do treino, acrescentando que, quem sofre de diabete deve, com a orientação médica, misturar um pouco de açúcar com água que vai consumir durante a preparação física, sobretudo quando se trata de um exercício de longa duração.

Instando a pronunciar-se sobre o tempo mínimo necessário para um exercício físico, Mário Lopes Ferreira disse que, para um amador ou iniciante em situação normal, pode variar entre 20 a 30 minutos, dependendo da sua resistência. Mas, para uma pessoa que padece de uma doença crónica não transmissível, nomeadamente diabete, hipertensão e asma, assim como individuo condicionado por idade, devem recorrer as orientações médicas e de especialista em matéria desportiva.

Daí que é necessário um controlo profissional sobre os ginásios que estão a abrir, um pouco por todo lado, aplicando exercícios e carga, muita das vezes, contraindicados a essa pessoa.

Por outro lado, explicou que é bom que se faça com moderação, aconselhando de que a regularidade é essencial para obter resultados, mas o número de horas a dedicar à prática de desporto deve variar até 75 horas semanais.

Finalmente, aconselhou aos guineenses para praticarem o desperto porque, segundo ele, o sedentarismo é considerado atualmente como uma doença. Aliás, ele é uma das bases de muitas doenças, porque quem consome e não queima as calorias é sujeito às ameaças de corpos estranhos.

Acrescentou, ainda, que quem quer pode fazer o exercício a qualquer momento, dependendo apenas do seu tempo livre e da orientação dos especialistas da saúde e do desporto.

Para concluir, disse que, quando faz muito calor o aquecimento deve ser moderado e limitado, mas quando faz muito frio o treino deve ser intenso e longo.

Seco Baldé Vieira

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