Cruz Vermelha e Unicef sensibilizam as comunidades sobre covid-19

A Cruz Vermelha da Guiné-Bissau, em parceria com a Unicef e a Secretaria de Estado da Comunicação Social desdobram-se em ações de sensibilização em todos os bairros da capital, no âmbito da prevenção e combate ao Covid-19.

A preocupação destas instituições acima referenciadas visa lutar para travar a propagação desta pandemia que está a ceifar milhares de vidas humanas em todo o nosso planeta.

Presidente da Cruz Vermelha Nacional

Dada a caraterística do país e da própria população, onde até aqui ainda se registam resistências de pessoas sobre a existência ou não desta doença, a Cruz Vermelha montou uma estratégia de sensibilização com um grupo de jovens voluntários que circulam em diferentes ruas, munidos de megafones e outros instrumentos, para fazer passar a mensagem de como prevenir, assim como quais são os sintomas do coronavírus.

Em todos os lugares percorridos, o que o repórter constatou no terreno, mesmo com trabalhos que estão a ser levados a cabo por estas organizações, de facto nota-se que a medida de distanciamento continua a ser difícil de cumprir devido a vários fatores.

No dia 21 do mês em curso, a equipa da Cruz Vermelha esteve no Bairro Militar com o mesmo propósito.

Em entrevista aos órgãos de comunicação públicos, o presidente da Cruz Vermelha, Sadna Na Bitã, disse que a sua organização assinou uma parceria com a Unicef, no quadro da prevenção e combate à pandemia do Covid-19.

O responsável assegurou que a parceria consiste em fazer passar a mensagem sobre a prevenção, proteção e combate ao coronavírus, tendo sido criadas diferentes estruturas de sensibilização divididas em três grupos: carros, motos e jovens.

A criação dessas estruturas visa atingir toda a população, porque onde as equipas que viajam de carro não podem chegar, as de moto conseguem atingir; e onde as de moto não alcançam, os jovens voluntários podem chegar.

E em relação aos trabalhos que a sua organização está a desenvolver no terreno, Bitã disse que, de facto, há pessoas que percebem facilmente e que aceitam colaborar, mas há outras que ainda oferecem resistência, ao alegar que não viram com os seus próprios olhos as pessoas infetadas.

Para o presidente da Cruz Vermelha, não é preciso ver um doente ou um morto desta pandemia para depois acreditar, porque não se trata de uma simples brincadeira, mas sim um facto real e que já matou milhares de pessoas em todo o mundo.

Na opinião deste responsável, num país como a Guiné-Bissau cujo sistema sanitário ainda é deficitário, o único remédio contra o Covid-19 é cumprir com as recomendações das entidades competentes e vocacionadas ao tratamento da pandemia.

De facto, nem todas as medidas podem ser cumpridas neste exato momento, como, por exemplo, o distanciamento devido, a mudança brusca de hábitos e tradições e, também, pelo nível de pobreza da nossa população que, às vezes, leva famílias inteiras a comerem da mesma tigela, a dormirem no mesmo quarto e, até, numa única cama. Porém, é preciso adotar um outro tipo de comportamento a que se pode chamar um por todos e todos por um.

Neste caso concreto, quando numa família uns cumprem, todos devem fazer o mesmo para evitar o risco de contágio.

Por sua vez, o supervisor das equipas de sensibilização, Valério Candete, disse que a estratégia que adotaram não é a de porta a porta mas sim de casa em casa mas de uma maneira mais transversal, porque não dispõem de tempo suficiente para o fazer.

Valério informou que durante os trabalhos tentam mostrar aos populares que qualquer pessoa que tenha um sintoma semelhante ao descrito no caso de coronavírus não deve ter vergonha de ir ao centro de saúde. Uma outra mensagem que levam junto das comunidades é a técnica da lavagem de mãos.

O supervisor referenciou o Bairro Militar e Áfia como bairros onde enfrentam grandes dificuldades na divulgação da mensagem sobre a prevenção e combate ao Covid-19 devido à especificidade dos seus habitantes.

Já no novo mercado improvisado do denominado Espaço Verde, no Bairro da Ajuda, por onde passou, também, a equipa da Cruz Vermelha, a realidade é bem diferente, segundo narrou Ara Sambu, vendedora.

De acordo com a explicação desta senhora, a autoridade camarária não respeitou o distanciamento que deveria observar na divisão e distribuição dos espaços.

Alfredo Saminanco  

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