Criada rede de jornalistas sobre mercados e economia ilícita

A formação sobre mercados e economia ilícita, que decorreu de 28 a 29 de março, no Centro de Formação Profissional de Jornalismo, juntando profissionais de diferentes órgãos da comunicação social públicos, privados e comunitários, terminou com a criação da Rede de Jornalistas sobre Mercados e Economia Ilícita (REJOMIE-GB). O objetivo é de apoiar os mídia em analisar e reportar sobre o impacto da economia ilícita no desenvolvimento do país.

A abertura dos trabalhos foi presidida pelo presidente do Conselho da Administração do CMICS, Tumane Camará, que na ocasião assegurou que esta formação vai reforçar a capacidade dos membros a nível da vigilância e de acompanhamento de atividades ligadas à economia ilícita que tem vindo a verificar na sub-Região e no país.

Camará disse esperar que os jornalistas venham aproveitar no máximo os ensinamentos, utilizando-os no meio em que estão inseridos.

Em representação do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Andreia Teixeira disse que esse seminário é financiado pelo PNUD, no âmbito do Projeto “Observatório da Sociedade Civil da Economia Ilícita”, uma parceria com a iniciativa Global contra o crime organizado transnacional, cujo objetivo é apoiar os mídia em analisar e reportar sobre o impacto da economia ilícita no desenvolvimento da Guiné-Bissau.

Para Teixeira, a organização vem apoiando o país no fortalecimento da resposta das instituições ao tráfico de droga e ao crime organizado transacional, para reduzir a insegurança no país.

Neste contexto, segundo ela, é um prazer trabalhar em parceria com CMICS para reforçar a capacidade de intervenção de uma opinião pública informada sobre a corrupção, violação de direitos humanos e tráfico de droga, bem como promover a transparência nas investigações ligadas aos mesmos.

Para Andreia Teixeira, a Guiné-Bissau não fica imune aos efeitos perniciosos da droga e a criminalidade organizada, pois, ela está a braços com as problemáticas ligadas à corrupção, ao branqueamento de capitais e ao tráfico de droga.

“Em virtude de fragilidades institucionais, o país constitui uma plataforma de trânsito de droga atrativo, para a mudança de paradigma, é crucial o reforço das capacidades institucionais dos meios de comunicação social, para mitigar os riscos associados à insegurança, à corrupção e ao tráfico de droga.

Outrossim, acrescentou, os mídia têm, efetivamente, um papel fundamental para monitorizar as violações dos direitos humanos e o impacto da criminalidade organizada, em particular podem monitorar e reportar a criminalidade organizada nas regiões mais vulneráveis.

“Nenhuma instituição pode enfrentar sozinho o impacto do crime organizado e do tráfico de drogas, os mídia têm o papel crucial de incentivar e encorajar a participação proactiva da população no combate a impunidade, violação de direitos humanos e criminalidade organizada, através de ações de sensibilização e de construção de uma opinião pública informada e crítica”, observou Andreia Teixeira.

Por seu lado, a oradora, membro da Associação de Mulheres Juristas da Guiné-Bissau, Lucinda Barbosa Ahukharié, afirmou que a imprensa tem um papel crucial junto das autoridades nacionais, em construir pontes e linhas de articulação entre instituições judiciais, no processo de consolidação de Estado de direito, e segurança pública. “A sua voz pode contribuir em promover a transparência nas investigações relacionadas à criminalidade organizada, incluindo o tráfico de droga”.

Ahukharié encorajou os formandos a aproveitar a oportunidade para reforçar um diálogo ativo, qualificado, porque o que está em causa é a sua contribuição para a preservação e defesa dos direitos dos cidadãos, particularmente os mais vulneráveis, fazendo votos para que com esse seminário se inicie a construção de consensos que deverão levar à sociedade um impacto positivo e transformador na vida de muitas pessoas.

Adelina Pereira de Barros

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