Habitualmente nos meses de setembro e outubro, as populações de Bissau, regiões e zonas insulares, são surpreendidas pelos ventos fortes, trovoadas e descarga de raios na parte final do período chuvoso, onde provocam perdas de bens materiais, assim como vidas humanas.
Perante a situação, o “Nô Pintcha” falou com as duas instituições sob tutelas do Ministério do Interior e dos Transportes, vocacionadas à segurança contra às calamidades, respetivamente, Serviço Nacional de Proteção Civil/Bombeiros e o Instituto Nacional de Meteorologia, tendo apelado às populações do país, a maior prevenção e proteção das suas casas, bem como ter cuidados nas deslocações entre as ilhas e o continentes.
Neste sentido, o comandante da Corporação dos Bombeiros, Francisco Correia, afirmou que as casas construídas no país, em particular, em Bissau, muitas delas não podem aguentar fenómeno natural, como ventos fortes, porque a maioria não tem tetos para proteger as asnas de cobertura, facto que provoca o arrancar dos abrigos.
O comandante aconselhou os moradores para fecharem as portas e janelas, no momento dos temporais, pois mesmo com estas fechadas, o vento entra por via das varandas, através das aberturas entre paredes e a cobertura da casa.
Explicou mais adiante que, muitas vezes, quando o vento entra dentro da casa e ao concentrar-se no meio, faz uma rotação para cima e obrigatoriamente levanta a cobertura da casa (asna) deslocando-se das paredes.
De acordo com aquele operacional da proteção civil, os moradores que não têm condições para fazer uma boa proteção de casa, devem perfurar os quatro ângulos de parede, no meio, e amarrar à viga que se encontra em cima de parede com um varão.
Proteção através das árvores
O comandante dos Bombeiros disse que a plantação de árvores nos arredores da casa é uma das condições fundamentais para a sua proteção, mas deve-se selecionar as qualidades. Ou seja, plantar as árvores flexíveis, é única possibilidade para a resistência do impacto do vento em qualquer velocidade.
Por outro lado, chamou a atenção às pessoas, sobretudo as que estão nas zonas rurais, para não se refugiarem debaixo das árvores se estiver a chover, pois segundo ele, pode causar estragos.
Recomendou também as pessoas a evitarem de usar materiais metálicos, como anel e gargantilha, porque estes atrai as descargas do raio da chuva, situação que pode provocar estrago grave.
Igualmente, Francisco Correia pediu os pais e encarregados da educação, no sentido de não permitirem os menores de irem brincar debaixo da chuva, porque em qualquer momento pode cair os fios da corrente elétrica, ou seja arrastada pela corrente de água nas valetas.
Previsão do tempo
O ponto focal de Previsão Climática Sazonal da Meteorologia, Cherno Luís Mendes, explicou que a instituição que dirige, atualiza todos os dias o seu boletim informativo sobre o estado do tempo, se o clima vai ou não sofrer alterações.
Relativamente a capacidade de saber o estado do tempo antes de sete dias, aquele técnico meteorológico lamentou que não há recursos humanos para permanecer constante no estúdio durante 24 horas, para saber a evolução do tempo durante uma semana ou um mês.
“Temos uma única estação, instalada no recinto da meteorologia, mas por causa da questão técnica ou seja, falta da energia elétrica de 24 sobre 24 horas, somos obrigados a transferir estes equipamentos para o aeroporto e, neste momento, estamos a explorar conjuntamente com a Agência de Segurança e Navegação Aérea em África e Madagáscar (ASECNA) ”, disse.
Mendes voltou a esclarecer que os serviços da meteorologia fazem previsão apenas de 24 horas do estado do tempo, por causa do princípio da fiabilidade e caso arriscar faze-lo, podem não ter condição de continuar a sua atualização.
O responsável da meteorologia assegurou que os meses mais turbulentos são setembro e outubro, onde acontecem forte ventos e trovadas, provocando prejuízos e até a da perda de vidas humanas.
Texto e fotos: Fulgêncio Mendes Borges
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