Bissau acolhe reunião deslocalizada da 5ª legislatura do parlamento CEDEAO

Termina amanhã a reunião deslocalizada da comissão mista da quinta legislatura parlamentar da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) sobre Agricultura e Recursos Naturais/Infraestruturas/Energia e Minas/Indústria e Setor Privado, que decorre em Bissau, desde o dia 23 de agosto,.

O encontro está subordinado ao lema: “Um olhar crítico sobre a política ambiental e estratégia climática da CEDEAO, juntamente com a revisão bienal da agricultura, segurança alimentar e nutricional pelos Estados membros”.

A cerimónia de abertura foi presidida pelo Presidente da Assembleia Nacional Popular (ANP), Cipriano Cassamá, que na ocasião afirmou que a virtude do tema central desta reunião, revela a preocupação em integrar as questões climáticas e agrogeológicas nos modelos de desenvolvimento da comunidade em geral, em especial a visão 2050 que releva a cooperação dos Estados membros na proteção ao ambiente contra alterações climáticas, seca estrema, desertificação e catástrofes naturais que sacodem a humanidade em geral, particularmente as populações dos países africanos.

“A nossa responsabilidade para com a natureza e o meio ambiente é dupla e transversal ao nosso estatuto de cidadãos e deputados, representante dos nossos concidadãos e seus porta-vozes”, disse o líder do parlamento.

Segundo Cassamá, a nossa representação no parlamento da CEDEAO, deve incorporar a decisão política sufragada em eleições livres, justas, transparentes e secretas, na urna pelos concidadãos de cada um dos Estados membros, para reforçar a legitimidade e os poderes dos parlamentares dessa organização comunitária.

África é rica

No entender do presidente do parlamento guineense, a África em geral é rica pelas suas zonas de biosferas, riquezas florestais e abundância e biodiversidade dos seus recursos naturais, fauna e flora multidiversificadas que orgulham os seus filhos.

Segundo Cipriano Cassamá, essas riquezas devem coabitar com os projetos de reconstruções de infraestruturas sociais e económicas que cada um dos povos ambiciona e partilha com os seus concidadãos, sobretudo os que investem nas atividades que integram o setor privado, uma alavanca indispensável a uma economia que pretende ser desenvolvida e moderna.  

“Hoje, mais de que nunca, multiplicam-se os ensinamentos que apontam no sentido da necessidade de maior equilíbrio entre o desenvolvimento económico e social e a preservação do nosso ecossistema, na linha de intervenções enquadradas nos Projetos de Apoio à Transição Agro-ecológica e da Promoção da Agricultura Inteligente face ao Clima”, disse Cassamá.

O líder parlamentar guineense sublinhou que a existência individual e coletiva ou comunitária depende da nossa resiliência enquanto comunidade africana, na qual está erigida a estrutura política de conceção de melhores soluções em termos de proteção da riqueza ambiental e do aproveitamento das condições ímpares da dádiva da natureza que faz da África um continente densamente verde, com capacidade para produzir e multiplicar os frutos da terra, o suficiente para as suas populações, contrariamente às cenas de fome, extrema pobreza e miséria que, sistematicamente, retratam os barros africanos em geral.

Terras agrícolas férteis

O presidente da ANP sublinhou que as terras agrícolas férteis e os pântanos africanos estão a ser substituídos por betão e infraestruturas, sem preocupar com a edificação de barreiras artificiais que nos projetam, bem como a nossa promoção e riqueza animal, contra as alterações climáticas, as fragilidades dos solos, os riscos inundações, as tempestades, os acidentes e desastres naturais, por nós provocados consciente ou inconscientemente.

O parlamentar acrescentou que perante os cenários catastróficos que, quotidianamente, nos ameaçam e nos tornam mais vulneráveis, “salvemo-nos a nós próprios e salvemos o nosso planeta”, uma opção ao alcance das mulheres e homens de hoje, principalmente das Senhoras e Senhores deputados, em função do compromisso com o planeta em prol do futuro e das gerações vindouras, sobretudo para uma África mais próspera e integrada.   

Para o deputado e chefe da delegação da Guiné-Bissau no Parlamento da CEDEAO, a pandemia da Covid-19 e a guerra de Russia e Ucrânia, constituem fortes ameaças à insegurança alimentar entre os países membros da organização.

Califa Seidi espera que os cinco dias do encontro possam servir aos peritos da área para aplicarem os seus conhecimentos sobre a matéria, e elaborar políticas que futuramente possam beneficiar os países membros na maneira de conservação do seu ambiente e recursos naturais.     

De salientar que a delegação da Comissão Mista efetuou visita ao Presidente da República, para lhe informar sobre a reunião deslocalizada da Comissão Mista que decorre no país.

À saída do encontro, o vice-presidente do Parlamento da CEDEAO afirmou que aquela instituição parlamentar vai apoiar o esforço do povo da Guiné-Bissau para que a democracia e a liberdade vivam de forma tranquila.

Boucary Sani Malam Chaibou prometeu que os parlamentares da CEDEAO não vão permitir o golpe de Estado na sub-região, por que o poder é do povo e não por via de força.

Fulgêncio Mendes Borges

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