A Rede Nacional de Luta Contra Violência Baseada no Género e Criança na Guiné-Bissau (RENLUV-GC/GB) promoveu, ontem, uma roda de conversa com mulheres vítimas de violência, sob o lema: numa altura em que o mundo inteiro comemora os 16 Dias do Ativismo de Não-violência contra Mulheres e Meninas.
Em representação do presidente do Movimento da Sociedade Civil, Malam Sambu disse que a realização desta atividade é oportuna, sobretudo, simboliza a celebração da liberdade, reclamação, repúdio à violência direta, estrutural e cultural na sociedade guineense, cuja prevalência incide sobre as mulheres.
Segundo Sambu, mulher representa a democracia, a paz, a estabilidade, humanidade e a fraternidade, neste particular, a vossa determinação foi mais forte e quebrou murro das nossas diferenças, dos preconceitos, conformismo até aqui sustentada na sociedade guineense.
Outrossim, devem estar mais ativos no cumprimento dos deveres legais e patrióticos, da ação cidadã, assumindo um compromisso de sermos soldados da paz, de combate à violência de qualquer natureza, assente na recusa de uso de mecanismos desumanos e violentos na resolução de conflitos.
Por sua vez, a presidente da RENLUV-GC/GB, Aissatu Camará Injai, lembrou que, na Guiné-Bissau, a mulher representa cerca de 52% da população, o que significa que a percentagem feminina é maioritária neste país.
Por isso, não se deve poupar esforços na prevenção e combate à violência praticada contra esta camada, porque só o país tem a perder com toda a discriminação e violência que se assiste contra mulheres e meninas.
Camara Injai clama pela denúncia dos casos de violências que são cometidas contra as mulheres em todos os cantos da Guiné-Bissau. “Diariamente gritem, não colaborem com os malfeitores liguem gratuitamente para o número 121 da Polícia Judiciária, não faltam instrumentos e mecanismos de proteção à vítima”. Questionou o porquê que ainda se assiste a práticas do casamento precoce, infantil e precoce? Práticas Clandestinas da MGF? Homicídios cometidos contra a camada feminina? E demais violações dos direitos fundamentais das mulheres?.
Camara Injai apelou ao Governo para continuar a promover ações que estimulem um maior compromisso social no sentido de prevenir, punir eliminar a aceitação social de todas as formas de violência praticadas contra as mulheres e meninas.
Em nome da Liga Guineense dos Direitos Humanos, Vitorino Indequi disse que essa atividade realizar-se-á num momento em que a violência doméstica está a ganhar proporções alarmantes, apesar de muitos esforços feitos, na consciencialização das nossas comunidades de que a violência não é a forma de resolver os problemas. Devem ser resolvidas através do diálogo, entendimento e paciência para que posam ter uma sociedade mais justa, em que todos podem viver em paz e alegria.
Recorde-se que o mundo inteiro encontra-se na comemoração dos 16 dias de Ativismo de não à violência contra Mulheres e Meninas, e a Guiné-Bissau não ficou de fora nesta comemoração e nem tão pouco a RENLUV-GC/GB que é uma Rede nacional de luta contra violência baseada no género e crianças na Guiné-Bissau, que diariamente acompanha diferentes tipos de violações feitas a camada feminina.
Adelina Pereira de Barros