O responsável do Centro de Saúde de Contuboel, Herculano Braz da Silva, disse que até ao momento da entrevista ao Nô Pintcha não tinha recolhido dados completos das cinco áreas sanitárias do Setor, mas no que se refere à área sanitária de Contuboel, foram vacinadas todas as 4.222 crianças de zero a 59 meses de idade, identificadas pelos guiões das equipas de vacinação.
“Havia uma previsão de vacinar 6664 crianças na área sanitária de Contuboel, mas compreendemos que se tratava de uma estimativa feita, sendo que, na realidade, constatamos no terreno um número pouco inferior, ou seja, 4.222 crianças de idades entre a nascença até cinco anos”, explicou.
Braz da Silva salientou que a colaboração efetiva dos líderes de opinião, nomeadamente os chefes tradicionais (régulos), chefes de tabancas (djargas), religiosos (imames, padres e pastores) que ajudou as 14 equipas de vacinação espalhadas nas diferentes aldeias atingir a totalidade das crianças identificadas.
O responsável do Centro de Saúde lembrou que, na primeira ronda de campanha, ocorrida em finais de abril último, a área sanitária de Contuboel tinha 12 equipas e nesta segunda fase teve 14. Afirmou que, para uma maior abrangência da zona, tendo em conta a situação geográfica das aldeias, são necessárias, o mínimo de 18 equipas.
Resultado das sensibilizações
O Agente da Saúde Comunitária (ASC) de Contuboel, Cambai Baldé, disse que desempenhou função de guião de uma das equipas de vacinação e passou por nove aldeias, de porta-a-porta, para localizar crianças de zero a cinco anos de idade e as brigadas de vacinação seguiram o guião e vacinou todos meninos identificados.
Cambai Baldé disse que dantes as comunidades ficavam com dúvidas para aceitar tomar certas vacinas, mas as sensibilizações levadas a cabo pelos ASC e por estes serem filhos das comunidades locais acabaram por convencer as famílias.
O ASC disse não ficar satisfeito quanto ao valor de subsídio pago no âmbito dessa campanha. “Foram 12 mil francos FCFA pagos à categoria dos guiões, não há como fazer e aceitamos mas é muito pouco e não incentiva a ninguém, porém, pela saúde das nossas comunidades, vamos continuar a colaborar com as estruturas sanitárias.
Sou ASC no Centro de Saúde de Contuboel há 18 anos, com um subsídio mensal de 6.000 francos CFA, que também recebemos poucas vezes por ano e não nos falam de possível liquidação dos meses não pagos. Porém, importa lembrar que, na era dos Médicos Sem Fronteiras recebíamos em cada mês, lembrou Cambai Baldé.
A mãe de uma das crianças vacinadas, Aba Queita, em Contuboel, disse que os seus filhos sempre tomam vacinas ministradas pelas autoridades sanitárias. “Aliás, eu sou mulher que cumpre as fases de vacina desde gravidez e todas as posteriores ao nascimento do bebé.
“Vi as vantagens de vacinar uma criança. Os meus filhos raramente ficam doentes, pois crescem saudáveis e de uma forma rápida, porque Deus é que protege, mas também se acreditamos e arrogamos em murus e djambacus então devemos confiar ainda muito mais em ciência medicinal”, aconselhou Queita.
Entretanto, em jeito de comprovação da abrangência de crianças com a vacina contra a doença de poliomielite, o Nô Pintcha visitou algumas famílias e todos os miúdos ali encontrados, de facto, tomaram vacina anti pólio, confirmados através da pintura dos dedos.
De salientar que a segunda ronda da campanha de vacinação contra o poliomielite decorreu de 22 a 25 de junho de 2022 e insere-se no âmbito preventivo após descoberta de três casos de pólio no país.
Aliu Baldé
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