ANAG pede justiça na fileira de caju

O presidente da Associação Nacional dos Agricultores da Guiné (ANAG) pediu ao Estado, no sentido de fazer com que a justiça funcione na sua plenitude no setor de caju, para que toda a gente ganhe com a campanha.

O pedido foi manifestado pelo presidente da ANAG, Jaime Boles, em entrevista exclusiva ao Nô pintcha, onde falou sobre diferentes aspetos do presente ano agrícola.

Aquele agricultor afirmou que quando o Governo adota uma lei, esse dispositivo deve ser respeitado, na íntegra, visto que “não há lei pequena nem grande”.

No entender de Jaime Boles, a desobediência à lei por parte das pessoas e sem que sejam punidas, resulta no atraso de desenvolvimento do setor agrícola, do país em geral e da fileira do caju em particular.

Aquele responsável lamentou a impunidade, o que, segundo ele, tem contribuído na banalização a que o setor de caju está votado, porque “há indivíduos que invadem o setor sem que tenham experiência ou técnica de conservação de castanha de caju, ou seja, fazer com que esse produto tenha boa reputação no mercado internacional”.

Chamou à atenção que a castanha de caju tem o seu tratamento específico, para torná-lo em boa qualidade, através de secagem, com intuito de dar mais segurança a sua amêndoa.

“O tratamento da castanha de caju começa desde a colheita nos pomares, o seu armazenamento, escoamento do interior para os armazéns em Bissau, depois para o porto, em vista à exportação”, explicou Jaime Boles.

De acordo com o presidente da ANAG, se não houver esses requisitos antes de transporte aos países compradores, o produto pode deteriorar no meio do percurso, nos armazéns do interior, no porto de Bissau, no alto mar e nos próprios armazéns de destino da exportação.

Jaime Boles sublinhou que se o produto não for bem conservado no momento da sua transformação nas indústrias, as amêndoas separadas uma a uma, para se certificar que os que estragaram e os que estão bem. A partir daí verificar-se-á que muitos estão danificados e no momento das avaliações dos países produtores, a castanha de caju da Guiné-Bissau pode infelizmente estar numa posição indesejável de baixa cotação mundial.

“E se isso acontecer, na campanha seguinte os empresários daqueles países não vão voltar ao nosso país, para fazer novamente a compra”, alertou o presidente da ANAG.

Acrescenta, “se esses empresários estrangeiros decidirem fazer compra, vão decidir quanto podem comprar cada quilograma de castanha de caju e não os nacionais”. Nesse caso, a seu ver, o preço vai ser inferior do que ano anterior e se isso se suceder, o Estado da Guiné-Bissau vai perder, assim como os agricultores e a população em geral.

No que toca aos ganhos obtidos no presente campanha de caju, o presidente da Associação Nacional dos Agricultores da Guiné assegurou que “graça a Deus tudo correu bem” para os agricultores, concretamente os que estão na zona do Sul.

Segundo Jaime Boles, registou-se uma subida de cerca de 149 por cento de volume do rendimento e conseguimos ter o rendimento acima de 40 por cento.

Apoios dos parceiros

Em termos das dificuldades com que os agricultores deparam no presente ano agrícola, Jaime Boles adiantou que esses constrangimentos são constantes, todos os anos. Os agricultores geram os seus produtos de forma mecânica, utilizam muitos esforços físicos, devido à falta de materiais modernizados.  

Nesse sentido, Boles apelou aos parceiros internacionais no sentido disponibilizar mais cedo possível de sementes para se aproveitar as primeiras chuvas. 

De acordo com o presidente da ANAG, quando as sementes chegam mais sedo, vai facilitar os camponeses na lavoura.

Aquele responsável apelou ao Governo, no sentido de pensar num projeto de retenção de água da chuva, para a criação de uma bacia de água, ou seja, construir lagoas artificiais de reserva de água da chuva nas zonas rurais, favorecendo assim a produção horticultura, criação dos peixes, entre outras atividades.

No que tange às preocupações dos agricultores nas regiões sobre as pragas que afetam alguns campos agrícolas, o presidente da ANAG lamentou a situação e responsabilizou o Governo, em particular o Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural, pela negligência de não enviar, em devido tempo, os seus técnicos para identificar tipos de praga que invadem as culturas e daí, providenciar os produtos químicos adequado para combater esse insetos.

 Jaime Boles voltou a pedir o Governo, no sentido de prestar atenção aos agricultores no que diz respeito aos equipamentos agrícolas. Segundo ele, essas matérias vão impulsionar os camponeses a produzirem muito mais, além de poupar esforço físico.

Fulgêncio Mendes Borges

About The Author

Deixe um comentário