África longe de atingir objetivos preconizados

Comemorou-se o dia 25 de Maio, Dia da África. Foi neste dia do ano 1963 na capital da Etiópia, Adis-a-beba, que se criou a Organização da Unidade Africana, com o objetivo de defender e emancipar o continente.

No país a data não passou despercebido, graças a iniciativa do Conselho Nacional das Mulheres da Guiné-Bissau, em colaboração com o Núcleo de Empoderamento Feminino da Escola Superior da Educação, a Associação das Mulheres da Atividade Económica e SINDJIDURA em organizar uma palestra sob o lema: “Dar oportunidades e apoiar as iniciativas femininas face à COVID-19”, nas instalações da Escola Superior da Educação.

No mesmo local foi realizado uma feira artesanal com artigos produzidos e confecionados pelas mulheres e gastronomia africana, incluindo palestras sobre o empreendedorismo feminino.

A cerimónia foi presidida pelo diretor da Escola Superior da Educação, Timóteo Victor Imbali, que na ocasião felicitou as mulheres pela iniciativa, tendo afirmado que o ato simboliza a lembrança de uma atitude de coragem que os homens e mulheres africanos tiveram para conseguir transformar a África num continente independente.

Por sua vez, a presidente do Conselho Nacional das Mulheres disse que a dinâmica tem como objetivo partilhar os valores africanos, a cultura, arte e o saber fazer das mulheres e meninas do continente negro.

Ana Muscuta Turé lembrou que em 2002 a Organização da Unidade Africana foi transformada em União Africana, mas a celebração da data mantém-se, acrescentando que é neste dia que se recorda a luta pela independência do continente africano, contra a colonização europeia e contra o regime de Apartheid na África do Sul, assim como também simboliza o desejo de um continente cada vez mais uno, organizado, desenvolvido e livre.

A responsável assinalou que, no dia 12 de julho de 2002, o último presidente sul-africano da OUA, proclamou solenemente o fim da Organização de Unidade Africana e o nascimento da União Africana, com foco ainda em superar os desafios que o continente continua a enfrentar.

Contudo, resolveu manter a comemoração do Dia da África, 25 de Maio, dado que foi nesta data, que foi tomado o ponto de partida para tornar a África livre, com seus Governos, sonhos, desenvolvimento e progresso.

Para Turé, apesar de esta comemoração ocorrer em diversos países do continente, mas poucos destes Estados adotaram este dia como feriado nacional.

“A proposta era acabar com todas as guerras, conflitos armados, violência sobre mulheres e violações de direitos humanos, bem como prevenir a ocorrência de novos genocídios no continente.

“Apesar de os objetivos estarem longe de serem alcançado, nas duas últimas décadas, foram resolvidos conflitos em muitos países. Nos últimos 15 anos, segundo dados do Instituto de Investigação pela Paz de Oslo, o número de países africanos com conflitos triplicou-se”, disse Ana Muscuta Turé.

Fórum Panafricano inter- geracional

No âmbito das celebrações do 25 de Maio, a Coligação da Juventude dos Países Africanos da Língua Oficial Portuguesa (CJP) realizou o I Fórum Pan-Africano inter- geracional sob o lema: “Panafricanismo no Século XXI: A nossa saúde, o nosso direito e o nosso futuro”.

A comemoração da data foi marcada com apresentação de diferentes painéis, nomeadamente justiça restaurativa, um marco dos direitos humanos/ conceito da Djokéré Hendam (entenda-se em dialeto fula, unidade), origens e desafios para a Guiné-Bissau. Panafricanismo de Século XXI, a nossa saúde, o nosso direito e o nosso futuro; a construção da democracia na Guiné-Bissau, um desafio para a consolidação do estado de direito democrático.

Texto e foto: Elci Pereira Dias

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