Quinhamel é a cidade capital da Região de Biombo, considerado o mais populoso daquela zona. Segundo o censo demográfico de 2009, a região possuía uma população de cerca 42.659 habitantes, sendo que 5.594 habitam na zona urbana da cidade.
O Setor fica a 40 quilómetros da capital Bissau, possuindo uma área territorial de cerca de 451 km2 e geograficamente está limitado pelo Rio Mansoa ao norte e ao sul pelo Rio Petu. A região é cercado de um número considerável de pequenos rios e lagoas A Ilha de Bissau é constituída por duas regiões administrativas; a região +de Biombo e o Setor Autónomo de Bissau..
É uma zona com ricas e belas paisagens naturais compostas por mangal, árvores de pequena e grande portes, bolanhas, palmeiras, cajueiros, mangueiros entre outros.
O setor é composto pelas inúmeras secções, que são: Bissau-zinho, Bijimita, Blom, Gorse, Ilondé, Intichude de Baixo, Ondame, Petu, Ponta Biombo, Tór incluindo a própria cidade de Quinhamel que está subdividido em seis bairros.
A economia local assenta na produção tradicional de panos de pente, aguardente derivada de cana-de-açúcar, outra de caju (nsum-sum) e de mel. Além desses, a pesca também faz parte das atividades económicas da zona.
Além do habitual e tradicional cria de gados bovino e suino, atualmente aquela localidade é aproveitada para cria de aviários.
Reabilitação do mercado
A cidade de Quinhamel tem um único mercado que há uns anos estava totalmente abandonado, devido ao seu estado avançado de degradação. Situação que levou os retalhistas a transformar o passeio no mercado.
De acordo com os relatos de algumas pessoas o mercado não reunia condições porque estava com falta de quase tudo, desde casas de banho, mesas, claridade (iluminação), cacifos e higiene.
Portanto toda essa situação levou os pequenos comerciantes a venderem seus produtos rente ao chão por falta de organização a nível do mercado. Então, com a chegada de um novo administrador do sector, este viu que a tal situação não pode continuar e, logo de imediato, mobilizou recursos internos e fez sua reabilitação.
Uma outra realidade constatada naquela zona tem a ver com a falta do emprego. A sede do Setor (antigo Comité de Estado) era o único e maior empregador. A falta de emprego reflecte-se no fraco poder de compra dos cidadãos da cidade.
No mercado, nota-se que não se vende o pescado de primeira, mas, somente aquele de terceira qualidade. Os pescadores locais, quando capturam peixe de primeira, procuram a cidade de Bissau para vende-los a bom preço.
Retalhistas satisfeitos
Sobre essa realidade, o repórter do Nô Pintcha falou com o presidente da Associação de Retalhistas, Vitorino Ié, que disse que, felizmente, com a nova dinâmica que está a ser empreendida pelo administrador local, o mercado está reabilitado na sua totalidade.
O presidente reconheceu que, dantes, tinham um mercado degradado e desorganizado. Quando chovia, ninguém conseguia ficar dentro para vender, porque transformava-se num autêntico charco, para não dizer lagoa..
Vitorino Ié informou que, no passado, o mercado não oferecia mínimas condições higiénicas, mas, graças a vontade e determinação da administração, agora o visual do mercado mudou por completo e reúne todas as condições como outros centros comerciais.
O presidente da associação disse que foram cridas condições para as mulheres que vendem os legumes. Portanto, enalteceu o esforço e pediu a colaboração de todos os seus associados para acompanharem essa inovação.
“Tenho somente que agradecer este jovem administrador pelo trabalho que está a fazer em prol do setor e a população de Quinhamel, em geral. Com a sua audácia conseguiu acabar com um problema no mercado, onde a casa de banho estava transformada em armazém, a mando do antigo secretário administrativo”, regozijou.
Pediu ao administrador no sentido de ajudar as mulheres que vendem mariscos com um espaço adequado para seus negócios, porque a maioria dos seus clientes são os passageiros do centro de Biombo e os cidadãos que vão às praias.
Em termos de fluxo de negócios, a situação quase é idêntica em todo o território nacional. Os preços de produtos dispararam de tal maneira, criando ainda mais dificuldades no dia-a-dia das populações.
Para este responsável, é preciso a intervenção do Governo no sentido de atenuar essa situação, que, segundo ele, está a deixar cada vez mais a população mais pobre.
Por sua vez, a retalhista Teresinha dos Santos, disse que as obras de reabilitação do mercado vão ajudar a minimizar as dificuldades dos feirantes que, há uns tempos ocupavam o passeio para vender os seus produtos.
“Devido a isso, num passado recente, um carro atropelou uma criança. Mas agora, a recuperação do mercado ajudará na diminuição de casos de acidentes rodoviários”, explicou.
Informou que as horticultoras da zona, dada a fraca capacidade de compra, optam por levar os seus legumes para Bissau a procura do melhor preço.
Uma das consumidoras, Issabel Lopes Cá, afirmou que, a cada dia que paz, os preços alteram-se no mercado, dando um exemplo: “ontem vim com dois mil francos consegui fazer compras tal como desejo, mas hoje já não consegui. tenho que aumentar dinheiro”.
Perante essa situação, Lopes Cá disse que o único responsável é o Estado que não soube assumir as suas responsabilidades, deixando os comerciantes a praticarem preços conforme entendem, prejudicando assim a população.
Novo visual
Entretanto, o administrador do Setor de Quinhamel, Sana Dabó, disse que, depois da sua nomeação ao cargo, em setembro, a sua primeira ação foi a reunião com todos os funcionários com a finalidade de conhecer melhor a equipa com que vai trabalhar no sector. A ocasião serviu também para apresentar o seu plano estratégico.
Durante o encontro, mostrou-os que não foi lá para travar guerra com ninguém mas, sim, constituir uma equipa forte para levar avante os projetos que tem na manga para o desenvolvimento da zona. Disse que estava em perspectiva a capacitação de funcionários, infelizmente não conseguiu ainda materializá-la devido a falta de meios, mas isto não quer dizer que não irá acontecer.
A nível da uadministração, Sana Dabó informou que encontro um mês de salários atrasados mas, com a colaboração de todos, conseguiu pagar essas dividas e, portanto, neste momento, não há salários em atraso.
Após ter resolvido os problemas da casa, convocou uma reunião com a associação de jovens locais para ouvir deles, o que pensam sobre o desenvolvimento do setor e para depois apresentar-lhes o seu plano operacional.
Da mesma forma, sentou-se à mesa com as mulheres, anciões, régulos, a organização da sociedade civil e, por fim, reuniu-se com o delegado da Direção-Geral do Plano com o objetivo de conhecer o plano setorial de desenvolvimento, que infelizmente acabou por revelar que o plano existente está caduco e precisava de atualização.
Sana Dabó disse não perder de vista aquilo que era a sua ambição e decidiu avançar com aquilo que ele traçou como desafio, mas sempre em observância escrupulosa com aquilo que foi traçado como plano estratégico do desenvolvimento setorial.
De acordo com a explicação do administrador, depois de ter cumprido o trabalho de auscultação com todas as entidades, que unanimemente apontaram o mercado como prioridade, daí que começou a mobilizar recursos internos para a reabilitação daquele mercado, como forma de evitar acidentes que as vezes aconteciam e criar condições de salubridade na feira.
“Cheguei aqui no período de chuva e tenho minimamente a noção do que acontece quando chove, deixa o mercado praticamente inundado. PorEesa situação que decidi juntamente, com o meu staff. pôr fim ao sofrimento de utentes e da população em geral”, esclareceu.
Segundo Sana Dabó, pavimentaram por completo o mercado, recuperaram casas de banhos que anteriormente foram privadas, melhoraram a aspeto de iluminação, mesas e cacifos, isto é para permitir que as pessoas desocupassem os passeios que foram transformados em mercado informal.
Dabó disse que só falta o trabalho de pintura para poder entregar a gestão do mercado na responsabilidade da sociedade civil, mas sob orientação da administração.
Renovação do jardim
Na explicação desse responsável administrativo, depois de trabalho no mercado atacaram o jardim que há mais de 20 anos estava abandonado, lá mobilizaram técnicos locais, mas sem nenhuma contrapartida, para ajudar na reabilitação de cadeiras, pavimentação, pintura e recolocação de relvas.
“Como pode ver, o jardim está totalmente recuperado. Agora é o local que. a noite, os jovens procuram para diversões. E está em curso criação de uma banda larga de internet para que as pessoas possam navegar”, assegurou.
Alfredo Saminanco