Os músicos e produtores nacionais estiveram reunidos, na semana passada, num encontro para refletirem sobre a originalidade e expansão do estilo musical guineense, o Gumbé.
No evento, o pianista Juca Delgado fez saber que esse género musical existe em muitos países dos continentes africano e americano, espalhado ao longo dos tempos da escravatura.
O músico disse que o ‘Gumbé’ existe em muitos países e cada um reclama ser o dono do estilo. No caso Guiné-Bissau, Juca Delgado alerta que é preciso fazer algo para o país não perder a originalidade do estilo musical.
Em declarações à imprensa, Juca Delgado disse que, apesar de ele não ser um historiador e nem antropólogo em música (etnonusicólogo), está disponível para debates técnicos nos órgãos de comunicação social para falar da génese do “Gumbé” com quem defende o contrário da sua tese da originalidade deste estilo melódico.
Segundo Juca Delgado, existem provas de que os géneros musicais ‘Samba e Bossa Nova’, do Brasil, são da proveniência do estilo ‘Gumbé’, da Guiné-Bissau.
O profissional da melodia musical afirmou que todos os ritmos musicais do Samba, tanto os rápidos, assim como os lentos, pertencem aos escravos guineenses transportados para as américas nos tempos de escravidão.
“Ritmicamente, ao escrever na pauta o ritmo de Gumbé e o de Samba, consta-se que a matriz é puramente guineense”, sublinhou.
Para sustentar a narrativa de que o Samba surgiu dentro do Gumbé, Juca Delgado contou uma curta história que disse ter acontecido no Brasil: citamos: “muitos brasileiros perguntavam onde fica situada a casa de tio Samba, quero lá ir para aprender a dançar aquela dança africana – o Samba” fim da citação. O Samba a que se refere aqui é o nome de um escravo africano que, “seguramente era um guineense”, declarou.
Juca Delgado advertiu que não se pode esperar algo evoluído na cultura guineense enquanto se incutir que cada indivíduo é um Estado e deve fazer algo positivo para si sò ou para sua família, mas também para o país. O músico acredita numa mudança positiva da Guiné-Bissau.
Nesse encontro, foi convidada uma banda musical americana, denominada “Rising Stars Fife Drum Band” que se encontra no país para um intercâmbio musical durante os festejos do carnaval.
De salientar que a Embaixada dos Estados Unidos da América para Guiné-Bissau, radicada no Senegal, foi a financiadora da iniciativa dos músicos e produtores nacionais. Um dos responsáveis da embaixada norte americana no país, Almamo Danfa, transmitiu que a instituição diplomática apoia e disponibiliza um espaço confortável para quaisquer atividades, desde que não sejam de intenções destrutivas.
Aliu Baldé