Covid-19: Unicef forma líderes administrativos e comunitários para campanha de vacinação

O Fundo das Nações Unidas para Infância (Unicef) organizou vários encontros com os governadores, administradores, régulos, pastores, padres, imames e curandeiros das regiões de Tombali e Quinará, com o objetivo de atribuí-los responsabilidades do sucesso da próxima campanha de vacinação contra covi-19.

Para essa missão, o Unicef deu uma pequena formação a esses líderes de opinião sobre a matéria de prevenção contra a covid-19, por exemplo, riscos de contaminação, cuidados, sintomas e outros.

Portanto, o Unicef quer com essa formação que todos estejam no mesmo nível de conhecimento sobre as medidas de prevenção dessa doença.   

A intenção dessa organização é de atingir maior número de pessoas vacinadas nessas localidades. Por isso, o Unicef quer maior empenho dessas estruturas na sensibilização da população.

Entretanto, o encontro visou incutir na mente dos governadores, administradores, régulos e curandeiros o espírito de trabalho de colaboração e troca de experiencias entre eles para no fim de campanha atingir maiores resultados.

Segundo as informações, são nessas duas regiões que se registaram a menor afluência nas campanhas de vacinação Por essa razão o Unicef está a desencadear série de trabalhos de base com todos os líderes de opinião para inverter a tendência.

Intransigência na próxima campanha  

O governador da Região de Tombali, Marques Na Flor, disse que não é fácil endireitar uma pessoa, porque ela é um animal consciente mas no entanto, para fazer-lhe mudar de atitude ou comportamento é uma tarefa árdua.

Na Flor lembra que no passado enfrentaram muitas barreiras durante as campanhas de vacinação, porque há estrangeiros, principalmente de Guiné Conacri, que não aceitaram que os seus filhos tomassem a vacina.

Aquele responsável prometeu que desta vez vai ser muito intransigente com as pessoas que não aceitam tomar a vacina, porque as orientações das autoridades sanitárias devem ser cumpridas e as leis, sem sombra de dúvida, são para cumprir.

Informou que a diáspora guineense jogou um papel negativo na campanha passada, ao mandar vídeos ou áudios que contradizia a vacina, incentivando assim as pessoas a não aceitar a imunização, alegando que é uma forma de diminuir o número de pessoas no mundo ou para “matar” negros.

Segundo Marques, um outro facto que influenciou no mau resultado da campanha foram os preconceitos e certas tradições de pessoas nas tabancas.

Nesse sentido, apelou aos participantes no encontro a acatarem todas as orientações que vão receber da parte de formadores, assim para depois transmiti-las às respetivas comunidades. 

“O motivo de atraso no desenvolvimento desse país está relacionado à pobreza mental, científica e a pobreza em si. Um país com este tipo de pessoas não pode esperar milagre”, salientou.

Se todos aceitarem transmitir o que aprenderam na formação, certamente na próxima campanha não vai haver obstáculos.

Em representação de administradores de setores que compõe a Região, falou Siradjo Djaló, que se comprometeu assim que regressar vai convocar todas as pessoas influentes para transmiti-las essas responsabilidades de ajudar na sensibilização.

Comprometidos para sucesso da vacinação

Por sua vez, o régulo central da Região de Tombali, Malam Sambu, reconheceu que houve falhas na primeira campanha de vacinação contra Covid-19, na zona, portanto, foi por isso que o Unicef e o Ministério de Saúde estão a trabalhar para corrigir esses erros.

Malam Sambu disse que com o envolvimento de todos no processo vai mudar os indicadores, porque cada régulo vai assumir compromisso de mobilizar todas as pessoas do seu regulado, através de comités de tabancas.

Para isso, Sambu pediu aos seus colegas régulos para serem os primeiros a vacinarem, isto para dar exemplo ao resto da comunidade. “De facto esta vai ser a primeira vez que fomos chamados para estarem a frente de uma campanha dessa natureza, nesse sentido peço-vos maior colaboração”, asseverou.

Por seu turno, a formadora Maria Teresa Samate, pediu mais colaboração para que a próxima campanha de vacina tenha uma taxa elevada de aderência e explica que “ foi por acaso que foram chamados para tomarem parte na formação”.

A Teresa Samate alertou os régulos, padres, imames, pastores, curandeiros e administradores que vão seguir o desenrolar da próxima campanha de vacinação em todas essas zonas.

Apetrechar líderes de opiniões de ferramentas

Matilde Reis uma das formadoras, mostrou que a formação que está a levar a cabo é de apetrechar os régulos, administradores, governadores, padres, imames, pastores e curandeiros, de mesmas informações sobre as medidas de prevenção contra os vírus de Covid-19.

Disse que ficou satisfeita com a forma como os participantes assimilaram conteúdos administrados, o que significa que na próxima campanha de vacinação não vai haver dificuldade.

De acordo com a Matilde Reis, na primeira campanha alguns não vacinaram devido falta ou falha de comunicação, mas desta vez garantiram que serão os primeiros a tomarem a vacina para dar exemplo.

“Nessa nova estratégia de sensibilização envolvemos as rádios comunitárias, organizações juvenis entre outras, o objetivo é de vacinar todas as pessoas”, esclareceu.

A formadora disse que envolveram os curandeiros no encontro por um simples razões, porque de facto são pessoas de uma certa credibilidade na sociedade e seus apoios na campanha pode ser muito útil.

“Alguém até pode não acreditar nas palavras de régulo, de administrador ou de chefe de tabanca, mas acredita nas palavras de um curandeiro, devido aos seus poderes mágicos de cura”, referiu.

Dispostos a colaborar

Em representação de curandeiros da Região de Quinará, Mário Moreira Cardoso, disse que seus associados sempre estão dispostos à catar as orientações do Governo e de qualquer entidade, desde que vá ao encontro de bem social.

Mas também pediu as autoridades para tratarem os curandeiros com uma certa dignidade e respeito porque são parceiros na salvaguarda de vidas humanas. Na sua opinião a questão de saúde é transversal, por isso a responsabilidade deve ser partilhada.

“Já participamos em vários encontros, no qual manifestamos a nossa disponibilidade em colaborar com o Estado e expomos as nossas preocupações mas até hoje não vimos melhoria entre a medicina tradicional e moderna na nossa relação”, informou.

Mário Cardoso disse que querem lançar seus trabalhos para o mundo fora mas sem apoio do governo vai ser difícil, porque não dispõe de meios financeiros para tal. “Curamos várias doenças através de raízes, caules e folhas de plantas, entretanto, queremos levar esta nossa magia para outros países. Também precisamos de fazer intercâmbio com os nossos colegas noutros quadrantes do mundo”, expõe.      

Superação de expectativa

Em jeito de balanço de dois dias de encontro de trabalho nessas duas regiões, o oficial de Comunicação do Unicef, Venício de Carvalho, disse que não obstante o atraso no início dos encontros, conseguiram atingir os resultados esperados.

Segundo ele, a taxa de participação foi boa, porque todas as entidades convocadas compareceram massivamente e aceitaram tomar o compromisso de levar a mensagem junto às respetivas comunidades. “Portanto considero que a participação atingiu duas os 98 por cento.

Venício de Carvalho disse estar convicto que as mensagens transmitidas sobre medidas de prevenções durante esses dois dias, os participantes estarão a altura de saber traduzir os conhecimentos adquiridos na prática.

Foi por isso que limitaram na escolha de conteúdos que foram administrados para facilitar a perceção, periodizando as imagens que são fáceis de ser descortinadas. Ainda o responsável da Comunicação dessa organização das Nações Unidas disse esperar que a próxima campanha de vacinação seja deferente da primeira.

 Alfredo Saminanco

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